Às vésperas de preparar a ceia das festas de fim de ano, o consumidor terá poucas opções para escapar da alta de preços da carne bovina. A disparada da arroba (unidade de medida de peso, usa para produtos agropecuários, equivalente a 15 kg) do boi gordo, que começou em junho, arrastou as cotações do frango e dos suínos, porque são as carnes substitutas.

Os preços de frangos e suínos no atacado subiram 11,16% e 6,03%, respectivamente, na segunda prévia deste mês, aponta o apurado pelo Instituto de Economia Agrícola.

Esse resultado indica tendência de alta dos preços ao consumidor do frango e do suíno: de 20 produtos pesquisados, o preço do frango liderou a alta e o da carne suína ficou na terceira posição. Já o preço da arroba do boi, que atingiu R$ 105,32 na primeira prévia, ficou praticamente estável na última apuração.

O técnico responsável pelo índice, Danton Bini, disse que com o poder maior de compra hoje no mercado, o pagamento do 13º salário e o aumento da massa de salários, os preços da carne ao consumidor devem começar a recuar só no ano que vem.

Ele destaca que, com o começo das chuvas e a redução dos custos para engordar o gado, a tendência é de preços menores do boi gordo.

Apesar de a arroba ter atingido níveis recordes, com valorização de 43,56% em um ano e de 28,32% em seis meses, os produtores reclamam que a boa cotação não é repassada para o criador. Sem margem para repor as matrizes que foram abatidas no período de crise, entre 2006 e 2008, o pecuarista mantém o plantel reduzido. O preço alto, porém, pode afugentar o consumidor.

O pecuarista José Lopez Fernandez Neto, de Itapeva (sudoeste paulista), diz que “quem quiser comer carne de primeira, vai ter de pagar o preço de bacalhau”.