Alimentos disparam e alta no ano já supera o acumulado de 2009

O custo dos alimentos disparou no início de 2010, e a alta de 3,69% verificada de janeiro a março já supera toda a variação observada ao longo do ano passado. Em 2009, os produtos alimentícios subiram 3,18%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2009, a alta dos alimentos dobrou. Naquele período, a variação constatada […]

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O custo dos alimentos disparou no início de 2010, e a alta de 3,69% verificada de janeiro a março já supera toda a variação observada ao longo do ano passado. Em 2009, os produtos alimentícios subiram 3,18%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2009, a alta dos alimentos dobrou. Naquele período, a variação constatada havia sido de 1,32%. Ainda dentro desse grupo, foi o principal avanço para os três primeiros meses de um ano desde 2003 — naquela época, o incremento havia sido de 5,12%.

Fora a esperada pressão das mnsalidades escolares no início do ano, os alimentos foram decisivos para que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apresentasse a maior variação para um primeiro trimestre desde 2003. De janeiro a março, a alta foi de 2,06%, sendo superada pelos 5,13% constatados há sete anos.

Essa disparada no preço dos alimentos é explicada por um conjunto de fatores, segundo a coordenadora de Índice de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina dos Santos. O efeito do clima é o prncipal deles, avaliou. As fortes chuvas, associadas às temperaturas acima da média, vêm prejudicando a produção de alimentos in natura. Outro fator relevante, acrescentou, é a maior demanda interna.

“Os produtores de leite, por exemplo, alegam que há excesso de demanda, principalmente do mercado interno”, afirmou Eulina.

No ano, o tomate acumula alta de 44,59%, seguido pela polpa de açaí (32,54%), pelos açúcares refinado (25,27%) e cristal (25,08%), hortaliças (24,84%) e batata inglesa (21,45%). O leite pasteurizado ficou 13,18% mais caro no primeiro trimestre, sendo que somente em março, a elevação chegou a 8,03%.

Da taxa de 2,06% acumulada dentro do IPCA, de janeiro a março, os alimentos contribuíram com 0,83 p.p. (ponto percentual). Mais abaixo, vieram os itens educação, cuja alta de 5,37% significou contribuição de 0,38 p.p., e transporte, que ficou 1,70% mais caro, uma contribuição de 0,32 p.p.

Avaliando apenas a alta de 0,52% em março, além dos alimentos, pressionaram itens que tiveram aumento gradual do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) nos últimos meses, como eletrodomésticos (2,43%), seguros de automóveis (2,27%) e mobiliário (1,09%). Juntos, contribuíram com 0,5 p.p. dentro da taxa global.

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