Aliança com André pode gerar debandada no PTB

A confirmação de apoio do PTB ao governador André Puccinelli (PMDB), que tentará a reeleição nas eleições de outubro, pode gerar uma desfiliação em massa de antigos filiados do partido. A possibilidade acaba de ser revelada pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) Chico Maia, filiado ao partido há mais […]

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A confirmação de apoio do PTB ao governador André Puccinelli (PMDB), que tentará a reeleição nas eleições de outubro, pode gerar uma desfiliação em massa de antigos filiados do partido. A possibilidade acaba de ser revelada pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) Chico Maia, filiado ao partido há mais de 20 anos. “A gente tem ouvido comentários de que a escolha se deu por dinheiro. Eu me recuso a ser vendido”, justifica o petebista.

O PTB também foi convidado para se aliar a Zeca do PT, mas o presidente regional da legenda, Ivan Louzada já deu demonstrações de que preferiu a proposta de André Puccinelli. Zeca oferecera a vaga de vice e secretarias em um eventual governo. Na avaliação de Chico Maia, o oferecimento era irrecusável. “Nunca se ofereceu um espaço deste antes ao PTB. Era uma oportunidade para a sigla crescer. Se o PMDB tivesse oferecido o mesmo, aí sim a escolha faria sentido”, opina.

A oferta de André Puccinelli foi ajuda para a eleição de deputados estaduais e federais, proposta que ganhou a simpatia de Ivan Louzada. “Nós não queremos vice, mas sim eleger nossos deputados. Estamos pensando também nas eleições de 2012 e 2014, quando queremos lançar um candidato independente ao governo. Quem tem secretaria não é independente”, respondeu Ivan em entrevista ao Midiamax em 5 de abril.

Maia acha que os dirigentes deveriam convocar uma reunião para explicar aos filiados que tipo de estrutura ofereceu André. “Se for dinheiro, me recuso a ser vendido”, insiste Maia. “Além do mais, o PTB tem mais afinidade com PT e PDT, que sempre estiveram no arco trabalhista. Uma aliança política tem que levar este aspecto em consideração”, completa.

Conforme Maia, o grupo de insatisfeitos com o modo como o PTB está conduzindo a das alianças, inclui o empresário de Aquidauana e ex-pretenso candidato ao governo, Zelito Ribeiro, o prefeito de Maracaju, Celso Vargas, o pecuarista Italívio Coelho, o suplente de senador Antônio João, dentro outros nomes.

O suplente de senador, aliás, foi um dos primeiros a atacar a negociação do partido. Em sua página no microblog Twitter, acusou os dirigentes da sigla de venderem a legenda. “Acho que valerá a pena ser candidato, pelo PTB. O reparte da grana deverá ser ótimo. O negócio é pegar o dinheiro, por na poupança (segue) e nem fazer campanha. Afinal, quem vai querer votar em candidatos que estão em partido que vende a alma? Pelo sorriso aberto do Louzada, a primeira parcela já saiu”, escreveu Antônio João.

Chico afirma ter tomado conhecimento sobre o suposto “leilão” do partido pela imprensa. “Acho que esta questão da aliança tem que ser discutida em um campo mais amplo. Não tenho preferências pessoais. Só me nego a ser leiloado”, reitera. Ivan Louzada está, neste momento, participando de reunião com a Executiva do PTB na sede do partido, em Campo Grande. Daqui a pouco ele deve anunciar a decisão da sigla sobre a aliança para as eleições deste ano.

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