Os advogados de defesa, que representam os suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, estudam o inquérito policial do caso desde a madrugada desta terça-feira (13). Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, eles tiveram acesso ao processo por volta das 22h de segunda-feira (12). São mais de 800 páginas, que foram enumeradas e entregues a cada um dos defensores.

Os advogados disseram que vão analisar o material e devem redigir o pedido de habeas corpus de seus clientes. Eles não estipularam o prazo necessário para a análise do inquérito.

Ainda nesta segunda, o advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, que representa o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola, tentou protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) uma reclamação contra a juíza Marixa Fabiane Lopes, titular da 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), e contra o delegado Edson Moreira, responsável pela investigação do caso

Júnior disse que a prisão de Bola se configura como constrangimento ilegal, principalmente porque lhe foi negado o direito de ter acesso ao inquérito policial até esta segunda. “Isso é cerceamento de defesa e vai contra o código de processo penal. A manutenção da prisão de meu cliente o coloca diante de um constrangimento ilegal que me permite pedir ordem de soltura, de habeas corpus de ofício.”

O advogado chegou a enviar um emissário para Brasília. O objetivo, de acordo com Júnior, era efetivar o protocolo até as 18h de segunda-feira. Segundo informações da assessoria do STF, o protocolo não foi feito a tempo. Zanone é auxiliado pelo advogado Rodrigo Braga na defesa de Bola.

Ércio Quaresma é defensor do goleiro Bruno, Dayanne Rodrigues, Luiz Henrique Romão (Macarrão), Wemerson Marques (Coxinha), Flávio Caetano e Elenilson Vitor da Silva. O advogado Marco Antonio Siqueira representa Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno.

Transferência do menor

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou, na segunda-feira, a transferência do menor, suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, para Minas Gerais. “O juiz concluiu junto com o Ministério Público que, nesse momento, depois de ele prestar o depoimento que prestou e com o desenrolar das investigações, ele deve ficar perto da justiça mineira para poder haver, inclusive, uma eventual acareação”, disse o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter.

A Polícia Civil de Minas Gerais não soube informar como será feita a transferência do menor. Também não soube informar se novos depoimentos serão ouvidos pela investigação e se novas buscas estão programadas para esta terça-feira.