Carlos Marques, advogado de defesa do prefeito de Dourados Ari Artuzi (PDT) que está preso em Campo Grande deve entrar na próxima semana com pedido de liberdade de seu cliente no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O advogado não tomou tal medida antes pois, acreditava que Artuzi seria liberado no domingo quando expiraria a prisão provisória. Mas, ontem o Tribunal de Justiça decretou prisão preventiva.

O prefeito foi detido na Operação Uragano (furacão em italiano) pela Polícia Federal acusado de chefiar um esquema de fraude em licitações em recebimento de propina.

Marques critica a decisão do TJ. “Foi uma atitude baseada apenas em notícias, não se viu provas até agora para se decretar a prisão preventiva”, argumenta. O advogado conta que ainda não tem pronta a linha de defesa porque não pode analisar todo o inquérito.

Porém, ele antecipa que já tem definida outra medida judicial. “Vou entrar ainda com um agravo regimental pedindo que a prefeitura seja devolvida a quem foi eleito. Ele não sofreu processo de cassação, não perdeu o mandato, portanto ainda é prefeito”, afirma o advogado.

Hoje, pela manhã, por determinação do TJ, o juiz Eduardo Machado Rocha, diretor do Fórum de Dourados, assumiu o comando do município.

Artuzi aparece em vídeo recebendo R$ 10 mil. Na cadeia, ele continua negando que os valores sejam fruto de propina, segundo o advogado.

Marques reitera que não viu todo o processo, mas nos depoimentos que teve acesso até agora, nenhum dos depoentes afirma ter feito tratativas diretas com Artuzi para recebimento de dinheiro, mas sim com o então secretário de Governo, Eleandro Passaia que filmou as transações e delatou o esquema à PF.

“Temos que esclarecer primeiro em que circunstâncias este rapaz fez isso. Então só porque estou a mando da Polícia Federal, eu poderia sair induzindo outros crimes?”, questionado o advogado. Na avaliação de Marques, Passaia deveria estar preso. “Mesmo dizendo que era uma encenação, mas ele cometeu crime. Porque que é que o delegado não o prendeu?”, completa.

Passaia afirma que participou do esquema recolhendo dinheiro apenas para colaborar com a Polícia Federal. No inquérito, ele deve aparecer apenas como testemunha contra todos os acusados. Atualmente, ele se encontra sob proteção da PF.