Adolescente bate em filho de desembargador e vai parar na Unei

Mãe de jovem apreendido disse ao Midiamax que luta para tentar tirar o filho da ‘prisão’; delegada Maria de Lourdes diz que repercussão acontece pelo fato do episódio envolver jovens de classe rica

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Mãe de jovem apreendido disse ao Midiamax que luta para tentar tirar o filho da ‘prisão’; delegada Maria de Lourdes diz que repercussão acontece pelo fato do episódio envolver jovens de classe rica

A grande repercussão do caso da apreensão do adolescente de 17 anos que é acusado de dar um soco em um rapaz de 15 anos, filho de um desembargador, em uma festa no Jardim São Bento, bairro nobre de Campo Grande, está ligada com o fato dos envolvidos serem de “classe social elevada”, segundo informações da delegada responsável pelo caso, Maria de Lourdes Cano, da Deaij (Delegacia de Atendimento à Infância e Juventude), que também afirma que não houve uma briga entre os adolescentes, mas sim uma agressão. O agressor foi apreendido por determinação judicial e deve ficar em regime de internato por ao menos 45 dias.

Ao Midiamax, a mãe do garoto apreendido disse estar muito abalada e luta para tirar o filho da ‘prisão’.

De acordo com a delegada, o caso ocorreu no dia 2 de junho, quando o adolescente de 17 anos e mais três outros jovens entraram na festa que estava ocorrendo no Jardim São Bento sem serem convidados. Lá, o autor de 17 anos e outro rapaz também de 17 decidiram, aleatoriamente, em bater no jovem de 15 anos. Ontem, o adolescente de 17 anos foi levado para a Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, já o outro envolvido está foragido. Maria de Lourdes afirma que o adolescente foi apreendido porque cometeu uma lesão corporal dolosa e não porque se envolveu em uma “briguinha”.

Segundo a delegada, o adolescente que apanhou, filho de um desembargador do Tribunal de Justiça de MS, cujo nome não foi divulgado, não estava esperando o golpe e não houve briga, mas sim uma agressão que causou problemas na arcada dentária do jovem que teve de ir para o hospital no meio da madrugada e com muito sagramento. O caso estava sendo investigado desde 2 de junho e, segundo a delegada, por meio dos depoimentos e fatos foi possível ter elementos suficientes para pedir a apreensão provisória por, no máximo 45 dias, dos adolescentes envolvidos no caso.

De acordo com a delegada, toda a repercussão que está ocorrendo em relação ao caso, de que a medida de apreender o adolescente foi “exagerada”, se deve ao fato dos autores serem de classe alta. Segundo a delegada, há outros diversos casos de lesão corporal dolosa que não tiveram tanta repercussão. Para justificar isso, a delegada afirma que estes casos que não há tanta repercussão se devem ao fato dos autores serem de classe baixa e que as pessoas “acham que Unei não foi feita para filho de rico. Claro que filho de rico pode ser apreendido. A polícia tem que agir independente da classe social e da descrença que o pessoal tem que o pessoal de poder aquisitivo elevado não são punidos”, afirma a delegada.

Se os dois adolescentes forem condenados, eles poderão ficar apreendidos, ou prestarem serviços à comunidade ou terem uma liberdade assistida.

(Colaboração: Jacqueline Lopes/Celso Bejarano)

 

 

 

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