Os presidenciáveis José Serra, do PSDB, e Ciro Gomes, do PPS, intensificaram a troca de ofensas. Na noite desta sexta-feira, o tucano rebateu as acusações feitas por Ciro na quinta, dizendo que os ladrões estão na chapa do PPS. Neste sábado, Ciro pediu para não ser arrastado para a lama em que está o concorrente.

“Não me sinto atingido pela ameaça que o candidato fez, até porque ele pode começar a apontar quem é ladrão pela campanha dele, já que até afastou gente que deu avião para ele, que paga o escritório dele em Brasília e tudo o mais”, disse Serra, referindo-se ao presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez.

Na quinta-feira, Ciro havia dito o seguinte: “Vou dizer quem é ladrão, quem roubou, porque não tenho rabo-de-palha. Nesta munheca aqui ninguém pega. Isso é um aviso para o ministro da dengue, para aquele que está mandando grampear telefone, espionando a vida alheia”. Serra, no mesmo dia, devolveu: “Quando Ciro foi governador do Ceará, a dengue e o cólera tiveram os índices mais altos do Ceará. Ele chegou a ser apelidado de governador do cólera”.

Já na manhã deste sábado, ao desembarcar em São Borja, no Rio Grande do Sul, Ciro não quis rebater novamente a acusação contra Martinez e declarou-se um candidato limpo. “Não me arrasta para a lama que eu estou trabalhando. Eu não estou interessado em entrar em lama”, afirmou.

As palavras de Serra contra Martinez, no entanto, tiraram do sério o líder do PTB na Câmara, deputado Roberto Jefferson. “Serra está levando a campanha para um ponto que acaba em sangue. Não se transforma honra em produto de camelô. Honra se lava com sangue. Serra já é campeão de ódio. Se persistir com essas ofensas, vai ter enfrentamento pessoal”, declarou Jefferson. “Ele vai encontrar as pessoas que tem atacado no Congresso, nas ruas. Aí vai ter que repetir o que disse. E Serra não tem coragem física e moral para isso”, completou.