O dinheiro vem de juros relacionados ao empréstimo de R$ 3,5 milhões junto ao banco. Os advogados de Razuk alegam que a cobrança é indevida.

O ex-deputado estadual Roberto Razuk (PDT), empresário e candidato a uma vaga na Assembléia Legislativa, já venceu em duas instâncias o processo que seus advogados movem contra o Banco do Brasil, por cobrança ilegal de juros. Razuk tomou um empréstimo de R$ 3,5 milhões dando como garantia a fazenda Nabileque, em Ladário, a qual o banco alega ser inexistente.

Por este motivo, o BB entrou com ação contra o candidato na Justiça comum protestando a dívida. O juiz determinou que Razuk nomeasse bens a penhora. Ricardo Trad, advogado do pedetista, explicou que 23 bens foram penhorados por Razuk, “o que calçou o banco e deveria ter feito com que o processo fosse encerrado, já que estes bens valem muito mais do que 3 milhões e meio”, afirmou Trad. O processo dos advogados de Razuk, que pedem R$ 8,5 milhões em ação de indenização, diz respeito aos juros que estariam sendo cobrados indevidamente em cima da dívida.

Razuk já venceu a ação em duas instâncias, a primeira delas na Justiça de Dourados e a segunda no Tribunal de Justiça de Campo Grande. O Banco do Brasil recorreu mais uma vez, mas ainda não houve julgamento. Se o órgão perder, ainda pode apelar para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

ESTRATÉGIA – O advogado Ricardo Trad, que cuida do caso, explicou que a fazenda Nabileque, registrada como garantia do empréstimo, existe e é de Roberto Razuk, ao contrário do que afirma o Banco do Brasil. A terra é devoluta, ou seja, oriunda de um título fornecido pelo governo do Estado há alguns anos.

De acordo com Trad, o banco só protestou a dívida porque houve “alguma desconfiança ou erro nos documentos, mas nada que prove que a fazenda não existe”. “E é isso que queremos provar. Que a propriedade existe, é de Roberto Razuk e que não há motivo para que ele esteja preso”, avaliou o advogado.

PRISÃO – Razuk está preso em Dourados há 18 dias, acusado de crime contra o sistema financeiro nacional, por ter fornecido como garantia de empréstimo uma fazenda considerada pelo Banco do Brasil como inexistente. Ainda não há data marcada para o julgamento final do caso, mas Razuk presta depoimento amanhã em Dourados.