Durante palestra na abertura do seminário nacional “Imprensa e Dano Moral”, o presidente interino da República, Marco Aurélio de Mello, fez nesta segunda-feira um apelo aos meios de comunicação para que concentrem o noticiário na divulgação das platormas eleitorais dos candidatos. Marco Aurélio ressaltou que é desta forma que os eleitores terão condições de saber em que votar em outubro.

– É o caso de fazer aqui um apelo pela paz. Vamos deixar a busca de escândalos para segundo plano – disse.

Em seu penúltimo dia no comando do país, Marco Aurélio também foi crítico ao comentar o fato de marqueteiros estarem à frente de campanhas. Para o presidente interino, os candidatos se mostram de forma maquiada para o eleitorado.

– Realmente os marqueteiros estão aí. Isso acaba construindo uma imagem irreal. Não se revelam as propostas dos candidatos, a formação dos candidatos e muito menos os objetivos que eles pretendem alcançar no exercício do mandato – avaliou o presidente em exercício.

Marco Aurélio considera que esse problema é cultural e que uma forma de resolvê-lo poderia ser a adoção no país do voto facultativo. Desta forma, os eleitores que comparecerem às urnas estariam conscientes da escolha.

– Poucos param para perceber a importância do voto. Quase sempre o comparecimento no dia do certame é um comparecimento para atender a uma obrigação imposta. Espero ainda viver dias em que o voto será conscientizado – afirmou.

Na exposição feita por Marco Aurélio, o pré-candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, não escapou de uma provocação. Ao ser perguntado sobre qual era seu ponto de vista em relação às liminares para impedir a veiculação de matérias, Marco Aurélio voltou a lembrar trecho da música de Caetano Veloso, assinalando que “no campo da liberdade de expressão, é proibido
proibir”.

Diante de um pedido para avaliar especificamente a capa da última revista “Carta Capital”, que justamente aborda uma ação de Garotinho para proibir a publicação de uma reportagem de uma denúncia contra ele, Marco Aurélio foi irônico:

– A proteção da menor idade.