Cerca de 35 mil famílias aguardam na fila da reforma agrária em Mato Grosso do Sul. Hoje, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assenta, segundo Ramon Echevaria (Chefe de Divisão de Porte Operacional do órgão), de duas a três mil famílias por ano. Ou seja, quem se inscrever hoje no processo terá que aguardar, na melhor das hipóteses, 12 anos para ter direito a um pedaço de terra.

Segundo Ramon Echevaria, o processo é lento devido às dificuldades políticas e burocráticas inerentes ao processo de Reforma Agrária: “O processo todo é demorado. A demanda pé muito maior que a oferta. É preciso ter paciência”. Ele explica ainda que pessoas que se inscreveram há apenas um ano podem ser beneficiadas antes de quem se inscreveu antes: “Tudo depende da área escolhida pelo candidato. Quando ele faz a inscrição, opta por cinco áreas. Caso haja uma desapropriação em determinada área, quem escolheu aquela região será atendido primeiro”, explica.

MUDANDO AS REGRAS: O Incra modificou o processo de inscrição para os agricultores sem-terra que desejam participar do processo de aquisição de novos lotes através da reforma agrária. Agora, os interessados preencherão um questionário completo nas agências de Correio. Antes, o questionário era básico, e os dados completos eram levantados em entrevistas entre os candidatos e funcionários do órgão.