“Não há nenhum indício da existência de uma milícia indígena em Antônio João”. A afirmação é da promotora Tatiana Corrêa, titular do Ministério Público Estadual (MPE) de Ponta Porá, responsável pelo andamento das investigações relativas a denúncias efetuadas na semana passada.

Segundo estas denúncias, os líderes da milícia seriam os irmãos Loretito Fernandes Vilhalba, o “capitão”, e Adelo Fernandes Vilhalba, além do filho do cacique local, Augusto Fernandes Vilhalba. Entre as denúncias contra o grupo, está o assassinato de Isadora Nunes, de apenas 13 anos de idade. Filha de Daniel Nunes e Santa Barbosa Vilhalva, ela foi seqüestrada, violentada e estrangulada. Todos os crimes da milícia, segundo os indígenas, foram praticados sob efeito de drogas, principalmente maconha, que são trazidas do Paraguai com apoio de Loretito Vilhalba.

Segundo a promotora, foram apurados casos de violência isolada, como um suposto suicídio, ocorrido no início do ano, e o assassinato de Isadora Nunes: “Estes casos estão sendo investigados pela Polícia Civil, mas até o momento não há indícios de que sejam frutos de um grupo organizado para impor sua vontade através da violência, como foi sugerido”, disse Tatiana Corrêa.