Populações indígenas, incluindo crianças, estão misturando cachaça, álcool de limpeza e até perfumes baratos nas suas bebidas tradicionais, como o caxiri, feito com a mandioca.

O alerta foi dado na 1ª Conferência Internacional sobre Consumo de Álcool e Redução de Danos, que acontece no Recife, onde estão presentes representantes de 14 etnias. O resultado vem sendo devastador em dezenas de grupos, nos quais mais da metade dos adultos se embebedam com freqüência.

No encontro de Recife, os líderes indígenas disseram que o alcoolismo é promovido por estranhos à tribo como forma de enfraquecer as etnias, diminuindo a auto-estima e a resistência e facilitando a ocupação de suas terras.

O paradoxal é que o Estatuto do Índio, de 1973, proíbe que se venda bebida alcoólica aos índios, o que os leva a comprar clandestinamente e a misturar substâncias como álcool de limpeza.