A doença atingiu a colheita de Chapadão do Sul e ameaça outros municípios

A ferrugem da soja deu um prejuízo de R$ 14,5 milhões aos agricultores de Chapadão do Sul. Segundo o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Paulino José Melo Andrade, responsável pelo cálculo, a doença reduziu a produtividade de 3 mil quilos por hectare para 2.520 quilos no município onde são cultivados 80 mil hectares.

Em Mato Grosso do Sul, a ferrugem foi registrada apenas em Chapadão do Sul, mas ameaça a produção de outros municípios, porque o fungo que causa a ferrugem se espalha pelo vento.

O problema também ocorre em Goiás, na divisa com Mato Grosso do Sul. A Embrapa quer montar um programa nacional de combate à doença, mas esbarra na falta de recursos. Seriam gastos apenas R$ 2 milhões no projeto.

Carregado pelo vento, o fungo Phakopsora pachyrhizi, em forma de esporo, saiu do Zimbábue, país localizado no Sul do continente africano, atravessou o Oceano Atlântico em dez dias e atingiu, durante esta safra, plantações de soja. O parasita provoca a doença chamada de ferrugem devido às pontuações de um milímetro nas folhas.

O roteiro é descrito pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa-Soja, em Londrina (PR), José Tadashi Yorinori. Ele diz que pode ocorrer perda de até 50% na produção.

A doença provoca desfolhamento mais cedo, reduzindo a produção de grãos, que ganham cor alaranjada em vez do tradicional amarelo.