O traficante Ratinho, preso na segunda-feira, no Rio, negou que tenha participado da morte do jornalista da Rede Globo Tim Lopes. Em seu primeiro depoimento à Justiça, no 1° Tribunal do Júri, o traficante disse que seu nome verdadeiro é Cláudio Orlando do Nascimento e que quando o repórter foi morto ele estava na casa das filhas, em Ipanema, zona sul do Rio.

A polícia desconhecia a verdadeira identidade do bandido, que usava mais de dez nomes. Ele disse também que não é traficante como o acusam e que trabalha como cobrador de uma kombi.

Quatro policiais também foram ouvidos. Eles negaram que tivessem ouvido Ratinho, em depoimento informal, admitir ter matado o repórter. Na suposta conversa, o traficante teria admitido a participação no crime, dizendo que deu o tiro de misericórdia depois de uma intensa sessão de tortura contra o jornalista.

No entanto, o advogado de Ratinho, Paulo Cuzzuol, negou que o cliente tenha confessado a participação na morte do jornalista. O traficante também estaria passando informações sobre o possível paradeiro do líder da quadrilha, Elias Maluco.

Para o depoimento do traficante, que durou 30 minutos, houve um forte esquema de segurança, com uma escolta de 60 homens do Serviço de Operações Externas. Na próxima segunda, serão ouvidas as oito testemunhas de acusação.