Eleição na Colômbia começa sob forte esquema de segurança
A eleição presidencial colombiana em busca do sucessor do conservador Andrés Pastrana começou hoje às 8h (10h em Brasília), com cerca de 24 milhões de habitantes habilitados a votar. Cerca de 212 mil membros do Exército e da polícia estão trabalhando para garantir a segurança da jornada eleitoral, depois de uma semana de ameaças na […]
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A eleição presidencial colombiana em busca do sucessor do conservador Andrés Pastrana começou hoje às 8h (10h em Brasília), com cerca de 24 milhões de habitantes habilitados a votar. Cerca de 212 mil membros do Exército e da polícia estão trabalhando para garantir a segurança da jornada eleitoral, depois de uma semana de ameaças na qual o governo advertiu sobre a possibilidade de uma escalada de violência contra as eleições.
Ao votar hoje, Pastrana, que não pôde concorrer a reeleição, fez um chamado à cidadania para que haja um grande número de pessoas votando. “Enquanto os grupos violentos continuam utilizando contra o povo colombiano as balas, as armas, o sequestro, os massacres, nós vamos utilizar a arma mais importante que temos, que é a arma da democracia, e, por isso, estamos apelando para que todos os colombianos saiam hoje de suas casas para votar”, declarou Pastrana, em um pronunciamento na Praça Bolivar, no centro de Bogotá.
Os colombianos vão às urnas para escolher um novo presidente por um mandato de quatro anos. Devem expressar seu cansaço em relação aos problemas que assolam o país há décadas e que só fizeram se agravar nos últimos tempos. A guerra civil, iniciada nos anos 60, vive sua fase mais sangrenta, após a ruptura do processo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em fevereiro.
O narcotráfico, que, nos anos 80, desestruturou as instituições do país e trouxe uma onda de violência sem precedentes, acabou incorporado à guerra, como meio de financiamento dos grupos rebeldes e paramilitares, alimentando ainda mais o conflito.
O resultado disso é a mais grave crise econômica desde os anos 30, o título de “país campeão de sequestros”, com mais de 3.000 crimes desse tipo ao ano, uma multidão de 3 milhões de refugiados internos pelo conflito (quase 7% da população) e um fluxo cada vez mais intenso de pessoas e empresas rumo ao exterior – só no primeiro trimestre deste ano 54 mil colombianos já deixaram o país.
O cansaço causado pela guerra interminável é o maior responsável pelo fenômeno expresso pelas últimas pesquisas de intenção de voto: a liderança absoluta do direitista Alvaro Uribe Vélez, 49, defensor de uma atitude mais dura contra os grupos armados ilegais.
Segundo pesquisa divulgada ontem pela empresa Napoleón Franco, Uribe, dissidente do Partido Liberal, teria 48% dos votos. Na quinta-feira, pesquisa do instituto Gallup dava 51% dos votos ao candidato, que pode, assim, vencer hoje a disputa, dispensando o segundo turno.
O principal concorrente de Uribe é Horacio Serpa, 59, candidato do Partido Liberal (social-democrata). Serpa, que em 1998 foi derrotado no segundo turno pelo atual presidente, Andrés Pastrana, tem 27% das intenções de voto, segundo a pesquisa de ontem, e 26%, segundo os números do Gallup. Outros sete candidatos disputam os votos dos eleitores. As informações são da Folha Online.
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