Mais de dois terços dos países do mundo estão tomados pela corrupção, um problema que atinge os Estados da ex-União Soviética, a América Latina e grande parte da África, afirmou hoje o grupo Transparência Internacional.

A organização de combate à corrupção, cuja sede fica em Berlim (Alemanha), disse que 70% dos 102 países analisados para a elaboração de seu Índice de Percepção de Corrupção (CPI) tiveram notas abaixo da média, o que significa uma deterioração em relação ao ano passado. “A corrupção é percebida como desenfreada no Quênia, Indonésia, Angola, Madagáscar, Paraguai, Nigéria e Bangladesh”, disse a organização.

A América Latina, de um modo geral, havia caído na classificação feita segundo a percepção do problema. “No ano passado, assistimos a reveses na credibilidade dos sistemas democráticos. Em áreas da América do Sul, a corrupção e o desgoverno das elites políticas abalaram a confiança nas estruturas democráticas instaladas depois do fim dos governos militares”, disse o presidente do Transparência Internacional, Peter Eigen.

A Argentina, por exemplo, que ficou em 57º lugar no ano passado com uma nota de 3,5 de um máximo de 10, caiu para 70º, com 2,8. O Brasil aparece na 45ª posição, com nota 4. No ano passado, o país ficou uma posição abaixo, com a mesma nota.

Segundo o grupo, poucos sinais positivos eram vistos nos países que pertenceram ao bloco comunista. A Eslovênia melhorou, passando de 5,2 pontos para 6, mas a maior parte dos Estados da ex-União Soviética continuam tomados pela corrupção. A Finlândia ficou no primeiro lugar da lista, como no ano passado, seguida pela Dinamarca, Nova Zelândia, Islândia, Cingapura e Suécia. De outro lado, muitos países desenvolvidos enfrentavam problemas. A Grécia era o membro da União Européia na pior colocação, 44ª.