Os trabalhadores autônomos e informais têm agora duas opções para financiar a compra da casa própria. Os títulos de capitalização lançados pela Caixa Econômica Federal na última terça-feira e o consórcio, que será oferecido a partir do dia 1º de julho, não exigem comprovação de renda e qualquer pessoa pode adquirir um desses planos. Antes de decidir, no entanto, é preciso ficar atento às diferenças entre um e outro. Para os especialistas, o consórcio é a melhor opção.

– Não considero o título de capitalização um produto voltado para quem quer comprar uma casa. É apenas um tipo de aplicação que devolve um que pode ser utilizado para qualquer outro bem – explica o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira.

Os títulos da Caixa, batizados de Casacap, oferecem planos com prestações que vão de R$ 50 a mil reais. Embora não exija comprovação de renda e ofereça a possibilidade de receber o prêmio no início do plano, os títulos não são tão vantajosos. O comprador pode ficar o plano inteiro sem ser sorteado, já que concorre com todo o Brasil pela Loteria Federal.

Consórcio – Como os outros produtos oferecidos pelo mercado, o consórcio da Caixa também não exigirá comprovação de renda. A principal vantagem em relação ao título de capitalização é que os sorteios são feitos entre os participantes de um pequeno grupo e não com todos os titulares do produto, como é o caso do título.

Mas o consórcio não será a salvação da lavoura. O consultor de finanças pessoais Mauro Halfeld lembra que o consórcio não livra a pessoa do aluguel enquanto não for premiada.

– É um produto razoável. Bom para quem tem sorte e é premiado no início e péssimo para quem tem azar e fica para o fim – diz Halfeld.

FGTS – Será possível também utilizar o saldo do FGTS nos lances do consórcio ou como complementação para aquisição da casa. Mas para Halfeld, isso não é exatamente uma boa notícia.

– Os lances com o FGTS devem ficar inflacionados já que muita gente vai contar com esse recurso – opina.

Jornal Extra