Um camicase palestino morreu esta segunda-feira em Israel ao acionar a bomba que levava consigo sem causar vítimas, mas reativando os temores de uma nova onda de ataques um dia depois de um atentado em Netanya, ao norte de Tel Aviv, em que morreram três israelenses.
O camicase, que morreu ao ser interceptado pela polícia, vinha aparentemente da região próxima de Jenin, na Cisjordânia, e despertou suspeitas em um civil israelense quando esperava um ônibus numa esquina em Taanaim, a 10 km de Afula, segundo as autoridades.
“Dois guarda-fronteiras alertados por telefone chegaram ao local com rapidez e quando pediram ao suspeito para mostrar seus documentos de identidade, acionou a carga”, declarou o comandante Eli Lutzkin.
O atentado ocorreu quinze horas depois de outro ataque suicida no mercado de central de Netanya, em que morreram três israelenses além do camicase e umas cinquenta pessoas saíram feridas, das quais 21 permanecem hospitalizadas.
A polícia de Netanya encontrava-se em estado de alerta máxima depois de informações sobre “a infiltração de um terrorista” chegado da Cisjordânia. Mas o camicase, que usava uniforme do exército israelense, chegou em um veículo sem placa em Israel e passou pelas redes de controle.
A Autoridade Palestina de Yasser Arafat condenou o ataque “terrorista”, mas Israel lhe imputou a responsabilidade.
O ministro do Interior, Eli Yishai, pediu que se responda ao atentado que foi reivindicado por dois movimentos extremistas palestinos, Hamas e a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP).
O vice-presidente norte-americano Dick Cheney estimou na véspera que Arafat não tinha controle sobre certos atentados suicidas perpetrados por movimentos vinculados ao Irã ou Síria.
Na madrugada desta segunda-feira, uma unidade de infantaria israelense acompanhada de três tanques incursionou na cidade autônoma palestina de Tulkarem, distante apenas a poucos quilômetros de Netanya. Um porta-voz militar informou que a unidade se havia retirado horas depois, mas uma fonte palestina disse que ainda permanecia ali.
O exército também incursionou pontualmente no sul da Cisjordânia, detendo dois palestinos nas localidades cisjordanas de Dahariya e Idna, perto de Hebron.