Clubes de MS avaliam propostas para o novo estatuto da federação de futebol
Duas propostas serão avaliadas nesta tarde, entre elas uma que tem cláusula antinepotismo
Fábio Oruê, Osvaldo Sato –
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Os clubes de futebol de Mato Grosso do Sul apreciam nesta terça-feira (6) duas propostas para o novo estatuto da FFMS (Federação de Futebol de MS), em reunião a portas fechadas. Uma proposta é de autoria da Federação e outra pela Junta Governativa formada após assembleia.
Entre os destaques da proposta da FFMS, representada pelo presidente interino Estevão Petrallas, é a cláusula antinepotismo e a única reeleição. Estas definições, caso aprovadas, devem impedir que a Federação veja novamente a história se repetir como foi com o presidente Francisco Cezário.
O antigo presidente dominou a entidade por décadas, empregou parentes e, por fim, terminou preso sob acusação de corrupção com desvio de verbas. Além disso, o documente prevê que apenas presidentes de clubes possam se candidatar.
Todos podem participar
Diferente da Federação, a proposta da Junta instituída prevê que qualquer pessoa possa se candidatar ao cargo de presidente da FFMS. Ele explica que podem se candidatar ex-desportistas, pessoas que tem conhecimento da área esportiva e que tem capacidade de assumir o cargo. Segundo Gilmar, isso traria maior democracia ao pleito.
“O objetivo é que outras pessoas que estiverem capacitadas para o cargo também pudessem assumir, mesmo que não tenham essa ligação com algum clube. Às vezes você indica determinado membro de qualquer equipe; sempre tem aquela dúvida se vai favorecer time A, B ou C”, opina Gilmar Ribeiro, presidente da Portuguesa.
Lei de Incentivo
Presidente do clube CEFAC/ Esquerdinha, Ítalo Milhomem apresentou uma proposta de alteração para incluir itens que facilitem o processo da federação ao pleitear outros fundos de investimentos, como ementas parlamentares ou doações.
“Hoje você tem uma dependência muito grande do Governo Estadual que investe 1,2 milhão no Campeonato Estadual e você não tem essa possibilidade de captar por meio da lei de incentivo, que é uma forma do empresário ajudar o futebol e abater no imposto de renda”, explica. Os itens entrariam em qualquer uma das duas propostas escolhidas.
A sucessão na FFMS
No dia 21 de maio, o então presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, foi preso pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A acusação é de que Cezário chefie esquema que desviou mais de R$ 6 milhões do futebol sul-mato-grossense em 2018 e fevereiro de 2023. Além dele, outros 6 integrantes do grupo criminoso – que incluía parentes – também estão presos.
Com a vacância, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) nomeou, no dia 28 de maio, o ex-presidente do Operário, Estevão Petrallas, como presidente interino.
O nome de Petrallas foi questionado em diversas instâncias, como em assembleia extraordinária de clubes realizada no dia 7 de julho. Além disso, um processo foi movido no TJD-MD (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul).
No primeiro, a intervenção do governador Eduardo Riedel pendeu a balança para Petrallas, que conseguiu maioria dos votos pela sua permanência no cargo. No segundo, os procuradores deram entendimento, por 4 votos a 3, de que ele estaria apto civilmente para assumir o cargo.
A nomeação de Petrallas para a presidência interina da FFMS, entretanto, possui 90 dias de duração, que terminam no final deste mês de agosto. Neste sentido, cresce a expectativa entre os dirigentes locais pela convocação de novas eleições ou, até mesmo, a manutenção de Petrallas até que se finde o prazo da gestão atualmente eleita.
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