A seleção brasileira conhecerá nesta sexta-feira, a partir das 13 horas, o tamanho do desafio que terá de encarar para conquistar o mundo após 20 anos. O que definirá os grupos da do Catar e seus possíveis cruzamentos até a decisão, em 18 de dezembro, poderá ser generoso com o Brasil e colocá-lo em uma chave fácil – como tem sido a tônica nas últimas edições -, ou indigesto, incluindo o duelo com alguma das seleções responsáveis por derrotas impiedosas nas últimas Copas.

O sorteio divide as 32 seleções – três delas ainda não estão definidas e dependem do fim das repescagens – em quatro potes. Cada um deles conta com oito equipes, dispostas de acordo com o ranking da divulgado nesta quinta-feira. As chaves da Copa, formadas por quatro equipes, terão uma seleção de cada pote.

De volta à liderança do ranking após quase cinco anos, o Brasil é cabeça de chave e já sabe que não pegará Catar (anfitrião), Bélgica, França, Argentina, , e Portugal, que dividem o mesmo posto.

O problema é que a Copa do Mundo tem seleções de ponta demais para potes de menos. A tetracampeã Alemanha, responsável pela maior derrota do Brasil em todos os tempos (os 7 a 1), e a Holanda, algoz da seleção na Copa de 2010 e que venceu a disputa do terceiro lugar por 3 a 0 em 2014, ficarão no Pote 2. Isso quer dizer que uma delas poderá cruzar o caminho do Brasil já na primeira fase.

Campeã simbólica das Eliminatórias com recorde de pontos, a seleção brasileira também já sabe que não enfrentará nenhum dos vizinhos na primeira fase, uma vez que a Fifa veta cruzamentos entre países da mesma confederação continental – à exceção de europeus, que terão dois integrantes em cinco dos oito grupos devido ao maior número de representantes.

Nos últimos Mundiais, o Brasil teve sorte na definição dos grupos, sempre pegando europeus do segundo escalão na primeira fase. Ainda assim, na Copa do Mundo de 2018 a seleção sofreu na estreia para empatar com a Suíça – que novamente tem chances de integrar a chave brasileira a partir do sorteio desta sexta.

Volante da seleção de 1982, uma das mais saudosas de todos os tempos, o técnico Paulo Roberto Falcão vê a equipe de Tite em um bom momento, mas ainda assim considera que o ideal seria o Brasil estrear no Mundial diante de uma equipe menos cotada.

“Se o time estiver bem trabalhado, jogando bem, não muda muito. Mas é sempre melhor pegar um adversário menos capaz (na estreia) O primeiro jogo tem sempre aquela história do nervosismo, e o Brasil tem sempre quase que obrigatoriedade de ganhar”, diz Falcão. “Acho que um adversário menos experiente e sem muito prestígio mundial é sempre melhor para começar uma Copa.”

A comissão técnica da seleção diz que não faz conjecturas sobre possíveis adversários. “A gente não pensa nisso. A partir do momento em que saírem as três seleções que vamos enfrentar na primeira fase, é que vamos aprofundar nosso conhecimento, com nossos observadores”, afirma o auxiliar Cleber Xavier. “Aí sim teremos dados concretos para entrar nesse pensamento, nessa ideia.”