Num jogo brigado, nervoso e com três expulsos, o segurou o empate sem gols e avançou à semifinal da Libertadores pelo terceiro ano seguido ao eliminar o Atlético Mineiro nos pênaltis, quebrando a maldição da marca da cal que perseguiu a equipe nos últimos dois anos.

O time de Abel Ferreira foi valente e conseguiu uma classificação heroica. Jogou boa parte da partida no Allianz Parque com um a menos e, depois, com nove em campo. Nos pênaltis, apoiado pela torcida, teve frieza e competência. Ao contrário do que aconteceu nas outras decisões da marca da cal, acertou todas as suas cobranças e viu Weverton defender a batida de Rubens.

O tricampeão continental e vencedor das últimas duas edições vai enfrentar na semifinal Athletico-PR ou Estudiantes, que duelam nesta quinta-feira na Argentina. Na ida, em Curitiba, deu empate sem gols.

Quem esperava ver um jogo de qualidade que Palmeiras e são capazes de proporcionar se decepcionou. O duelo, sobretudo no primeiro tempo, foi um embate físico. Pouco repertório ofensivo tiveram os dois dos melhores times do País. Em vez disso, jogo amarrado e muitas faltas, algumas delas violentas.

Danilo cometeu a mais grave e foi expulso depois que o colombiano Wilmar Roldán reviu o lance no monitor do VAR. O volante palmeirense deixou a sola na panturrilha de Zaracho e mereceu o vermelho.

A expulsão aconteceu aos 27 minutos. Àquela altura, havia equilíbrio. Eram poucos lances de perigo porque os times mais se estudavam do que se arriscavam no ataque. Depois que o Palmeiras ficou com um a menos, continuou sem haver domínio de qualquer lado.

O Atlético, mesmo com superioridade numérica, nada produziu ofensivamente. Foram até os anfitriões, com uma nova configuração tática – Raphael Veiga recuado e Dudu de 9 – que mais procuraram o gol. Eles pediram pênalti por um lance em que Everson atingiu a cabeça de Gómez. Abel Ferreira, furioso na área técnica, não teve o pedido atendido porque havia impedimento na jogada.

No segundo tempo, o esperado aconteceu: o Atlético se soltou, ocupou o campo ofensivo e fez Weverton trabalhar. Com poucos espaços, o jeito foi concluir de fora da área, com Zaracho e Allan. Ambos pararam no goleiro palmeirense. Um caminho também foram as infiltrações. Foi dessa maneira que Mariano encontrou Jair, mas o volante deu um peixinho para fora.

Atlético ficou muito mais bola, mas encontrou dificuldades de fazer triangulações e sair da marcação do Palmeiras, que se armou para contra-atacar e muitas vezes conseguiu. Rony, sozinho, deu trabalho para a defesa atleticana.

Se já era dramática a vida do Palmeiras, tornou-se ainda mais complicada a missão ao ficar com nove em campo. Gustavo Scarpa foi o expulso da vez. Ele acertou a perna de Allan no momento em que sofreu falta e levou o vermelho direto. Mayke e Luan foram para o jogo. Não havia outra alternativa ao time paulista senão segurar o empate sem gols e decidir nos pênaltis, ainda que da marca da cal o aproveitamento fosse péssimo.

Foi o que aconteceu. O Atlético pressionou, perdeu chances com Hulk, mandou bola na trave e não balançou as redes. Nos pênaltis, o Palmeiras mostrou competência e calma. Anotou todas suas seis cobranças e viu Weverton brilhar na batida de Rubens. Foi quebrada, enfim, a maldição das penalidades, e o time alviverde continua em busca do tetra.

PALMEIRAS 0 (6) x 0 (5)ATLÉTICO-MG

PALMEIRAS – Weverton; Marcos Rocha (Mayke), Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo e Zé Rafael; Raphael Veiga e Gustavo Scarpa; Dudu (Luan) e Rony. Técnico: Abel Ferreira.

ATLÉTICO-MG – Everson; Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Arana (Rubens); Allan, Jair e Zaracho (Sasha); Ademir (Nacho), Keno (Vargas) e Hulk. Técnico: Cuca.

ÁRBITRO – Wilmar Roldán (COL).

CARTÕES AMARELOS – Zaracho, Gómez, Arana, Nathan Silva, Abel, Dudu e Hulk.

CARTÕES VERMELHOS – Danilo, Scarpa e Vargas.

RENDA – R$ 4.394.735,85.

PÚBLICO – 40.433 torcedores.

LOCAL – Allianz Parque.