Flamengo faz ‘inferno’ no Maracanã, vence Atlético-MG e avança na Copa do Brasil

O brilho da festa foi um pouco apagado por alguns episódios de confusão e violência que antecederam a partida

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Flamengo
Imagem ilustrativa

O “inferno” prometido pelo Flamengo após a derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, foi colocado em prática nesta quarta-feira, na rodada de volta. Em uma noite de atmosfera única criada por mais de 68 mil torcedores no Maracanã, o time de Dorival Júnior reverteu a desvantagem ao vencer a equipe mineira por 2 a 0, com dois gols de Arrascaeta, e avançou às quartas de final.

O brilho da festa foi um pouco apagado por alguns episódios de confusão e violência que antecederam a partida. Torcedores rubro-negros invadiram o estádio pelo setor norte, em meio a empurrões e grades derrubadas. Além disso, o ônibus do Atlético-MG foi apedrejado na chegada e teve um dos vidros atingido, mas nenhum membro da delegação alvinegra ficou ferido.

Os times protagonizaram polêmicas nos dias de intervalo entre os dois jogos. Na última segunda-feira, o Flamengo enviou um ofício à CBF reclamando da postura de Hulk no gramado, dizendo que o atacante tem apoio do Atlético para impor “pressão psicológica sobre os árbitros”. Antes disso, a diretoria atleticana direcionou ao STJD uma denúncia na qual acusava Gabigol de incentivo à violência por ter dito que, no Maracanã, o time mineiro conheceria “o que é pressão e o que é inferno”, após a derrota em Belo Horizonte.

A denúncia foi arquivada, e, ao longo dos dias seguintes, a promessa de “inferno no Rio” foi reafirmada várias vezes, inclusive pelo vice-presidente flamenguista Marcos Braz. Dedicada em instaurar o clima insistentemente anunciado, a torcida fez um fumaceiro em preto e vermelho que tomou todo o estádio e atrasou o início da partida em quase dez minutos.

Assim que a fumaça baixou, foi possível ler a frase “Bem-vindo ao Inferno” em um enorme mosaico. No meio de toda essa bagunça, estava o chileno Arturo Vidal, que será anunciado em breve como reforço do time rubro-negro. Ele entrou no gramado e recebeu muitos aplausos. O Maracanã recebeu, ainda, outros espectadores distintos: Cleber Xavier e César Sampaio, auxiliares de Tite na seleção brasileira.

Em campo, os jogadores do Flamengo entraram em sintonia com a torcida e infernizaram os atleticanos. A pressão foi colocada em prática desde os primeiros minutos, graças a uma boa atuação coletiva, potencializada por destaques individuais. A qualidade de passe de Everton Ribeiro aliada à movimentação inteligente de Arrascaeta, que ofereceu perigo pelos lados e pelo meio, e o bom apoio de Rodinei pela direita deixaram a defesa adversária em situação bastante complicada.

Após finalizações para fora e boas intervenções de Everson para barrar tentativas de Arrascaeta e Pedro, os dois flamenguistas se uniram para superar o goleiro atleticano aos 45 minutos. O atacante ganhou dividida contra Allan no meio de campo, avançou em velocidade e acertou uma linda enfiada de bola em direção à área, onde o uruguaio se lançou de carrinho para colocar a bola no cantinho. Após revisão da arbitragem de vídeo para checar se houve falta de Pedro, o gol foi validado.

Dominado no primeiro tempo, o Atlético começou a passar mais tempo no campo de ataque durante os primeiros minutos da etapa final, porém sem qualidade na conclusão das jogadas. Hulk, um dos principais nomes do time, mostrou nervosismo e ficou apagado com a bola nos pés. Tal dificuldade não foi solucionada, os erros persistiram e o jogo esfriou um pouco, até o momento em que o Flamengo voltou a inflamar o Maracanã. Aos 18 minutos, Thiago Maia desviou cruzamento dentro da área e Arrascaeta apareceu sozinho para concluir de peixinho. Everson chegou a defender, mas a bola já havia passado da linha, como concluiu o VAR após mais uma análise de lance decisivo.

O segundo gol fez o inferno rubro-negro ganhar corpo, e o time mineiro pareceu ter sentido a pressão. O cenário ficou ainda pior para os visitantes aos 32 minutos, já que Junior Alonso recebeu o segundo amarelo depois de cometer uma falta em Marinho e acabou expulso. Nos minutos finais, contudo, o clima foi de apreensão, até porque bastava um gol para o Atlético levar a decisão aos pênaltis. Foi aí que as bolas começaram a demorar para voltar ao gramado quando saiam pelas linhas, o que fez o árbitro adicionar mais minutos aos seis de acréscimo anunciados inicialmente. A ansiedade flamenguista se estendeu um pouco, mas o apito soou com o 2 a 0 no placar.

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