O jogo valeu pela última rodada do primeiro turno e frustrou as expectativas dos são-paulinos não apenas pelo resultado, mas pela apresentação fraca. Mesmo em casa, o time ficou devendo futebol. Uma vitória deixaria o São Paulo a cinco pontos da faixa de classificação à Copa Libertadores. Os mineiros festejaram o resultado, pois deixaram a zona de rebaixamento pelo saldo de gols melhor que os gaúchos do Juventude.

Perdido em campo, o São Paulo passou aperto no fim da partida e não fossem as defesas de Tiago Volpi, lamentaria uma derrota. O goleiro mineiro nada fez na etapa final enquanto o são-paulino teve de trabalhar acima da média.

Com improvisação de Galeano na lateral-direita e sem o zagueiro Léo, suspenso, Crespo ainda ganhou mais um problema de última hora na escalação. Com irritação ocular, Luciano acabou vetado. O São Paulo apostava na dobradinha entre o centroavante e o argentino Rigoni para engatar a segunda vitória seguida. Vencer significava começar a sonhar com coisas maiores no Brasileirão, além de apenas se afastar das últimas posições.

Com Calleri ainda sem condições de jogar 90 minutos, a chance caiu novamente no colo de Pablo, que vive história de amor e ódio no clube e deve sair na próxima temporada. E com recomendação direta de Crespo: pressionar em busca do gol desde o início.

Mas, o pensamento se espelhou com a ideia de Vagner Mancini no clube mineiro. “Imitando” o começo de jogo da rodada anterior, em visita ao Corinthians, o América iniciou no campo ofensivo e deu trabalho para Volpi. Em menos de 10 minutos foram três finalizações, duas com enorme perigo.

O susto foi rapidamente absorvido pelo São Paulo, que aos poucos equilibrou o embate. Pablo até abriu o placar. Estava impedido. Rigoni bateu forte de longe e parou em Cavichioli. Depois desviou de cabeça para fora. Apesar de equiparar forças com um rival empolgado após sete pontos somados nos últimos nove disputados, o São Paulo ficou devendo em criatividade e finalizações.

Igor Gomes, Rodrigo Nestor e Gabriel Sara não conseguiam levar a bola até a entrada da área e Pablo por vezes apareceu isolado. Pedia bola, orientava, mas de nada adiantava. Ao menos, a marcação se acertou e os sustos não existiram mais antes do intervalo.

Crespo tinha 15 minutos para tentar mudar o comportamento do time e evitar um tropeço em casa. O treinador optou pelo papo e a manutenção da equipe. Apesar de ter Benítez e Calleri entre as opções, deu novo voto de confiança aos 11 escalados desde o início.

Com postura mais ofensiva, o São Paulo cresceu. De cara, Igor Gomes falhou em preciosa oportunidade ao cabecear para o alto dentro da pequena área. O São Paulo arriscava mais. Precisava, agora, de calma e capricho para fazer o gol. Sara seguia mal e num dos erros do meia, viu Crespo perder a paciência. Tirou o jovem armador e o isolado Pablo para investir na velocidade.

A tentativa de Crespo acabou não dando certo e quem cresceu no jogo foi o time mineiro. A bola começou a rondar perigosamente a área de Volpi, mais uma vez trabalhando bem. Foram três lances de perigo impedidos com boas defesas do questionado goleiro, que evitou um vexame no Morumbi.

FICHA TÉCNICA:

SÃO PAULO 0 x 0 AMÉRICA-MG

SÃO PAULO – Tiago Volpi; Galeano, Arboleda, Miranda e Reinaldo (Wellington); Luan, Rodrigo Nestor, Igor Gomes (Calleri) e Gabriel Sara (Liziero); Rigoni e Pablo (Marquinhos). Técnico: Hernán Crespo.

AMÉRICA-MG – Matheus Cavichioli; Patric, Eduardo Bauermann, Ricardo Silva e Marlon (Chrigor); Juninho, Alê e Ademir (Yan Sasse); Zárate (Marcelo Toscano), Felipe Azevedo (Alan Ruschel) e Ribamar (Rodolfo). Técnico: Vagner Mancini.

CARTÕES AMARELOS – Arboleda, Reinaldo e Miranda (São Paulo); e Zárate (América-MG).

ÁRBITRO – Bráulio da Silva Machado (SC).

RENDA E PÚBLICO – Jogo disputado com portões fechados.

LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).