“Para nós, não seria responsável hoje e seria prematuro entrar em especulações e tomar uma decisão”, disse o presidente em uma entrevista ao jornal norte-americano The New York Times. “Não sabemos qual será a situação. É claro que estamos considerando cenários diferentes, mas estamos numa situação muito diferente de outras organizações esportivas ou ligas profissionais no sentido de que estamos a quatro meses e meio dos Jogos”, acrescentou.
O COI continua comprometido em realizar o evento, apesar de praticamente todo o esporte mundial estar paralisado pela pandemia do Covid-19.
Além disso, atletas já expressaram preocupação de que medidas adotadas em muitos países tornem impossível a preparação adequada para a competição. Na última terça-feira, o COI considerou “nenhuma decisão radical necessária”, dia em que a Eurocopa e a Copa América foram adiadas de 2020 para 2021.
Apelo da Itália
“Eu não sou contra a Olimpíada. Mas dizer que a Olimpíada ainda vai continuar é um grande erro de comunicação”, disse Giovanni Petrucci, que foi presidente do Comitê Olímpico Italiano (CONI, na sigla em italiano) por 14 anos. “Essa pandemia está afetando o mundo inteiro”, acrescentou o dirigente, com a voz embargada, em entrevista à agência Associated Press. “Conheço os contratos de bilhões de dólares, os negócios de seguros. Eu sei tudo. Mas a vida humana vale mais do que todas essas coisas”.
Paolo Barelli, presidente das federações italiana e europeia de natação, sugeriu que o COI precise decidir o status dos Jogos até meados de abril. “Até 15 de abril, haverá alguns atletas que não treinam há dois meses”, disse o dirigente. “Atletas são como relógios. Eles precisam treinar e funcionar impecavelmente. Muitos deles ainda precisam se classificar, por isso precisam treinar não apenas para se qualificar, mas também para a Olimpíada. Portanto, qualquer data após meados de abril se torna muito complicada”.