Nuno Cobra, ex-preparador de Senna, é preso por assédio sexual

Preparador físico é suspeito de ter tocado seios e pernas da mulher durante voo

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Preparador físico é suspeito de ter tocado seios e pernas da mulher durante voo

A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira o preparador físico Nuno Cobra, que ganhou fama ao trabalhar com o piloto Ayrton Senna na década de 90, por suspeita de assédio sexual contra uma mulher durante um voo.

A ordem de prisão é da juíza Raecler Baldresca, da 3.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, e foi tomada em uma sentença que condenou Nuno Cobra por abuso cometido em 6 de setembro.

Segundo o relato da vítima e de testemunhas, o preparador físico de 79 anos sentou-se ao lado da vítima, no avião, e começou a conversar, dizendo que trabalhava com o corpo e manipulação de energias. Durante a decolagem, tocou os seios e pernas da mulher “várias vezes”.

A juíza condenou Nuno Cobra a três anos e nove meses de prisão em regime inicial aberto e substituiu a pena por prestação de serviços à comunidade e  prestação pecuniária – pagamento mensal de um salário mínimo a entidade pública ou privada.

O pedido de prisão de Nuno Cobra foi feito pelo Ministério Público Federal no último dia 5, “sob fundamento da garantia da ordem pública”. A Procuradoria da República, em São Paulo, relatou à juíza que “mesmo após ser processado e logo depois de ser interrogado em audiência”, em 14 de junho deste ano, Nuno Cobra “teria continuado a praticar os mesmos atos pelos quais foi acusado e condenado”.

Segundo Raecler Baldresca, o comportamento do preparador físico “se revelou extremamente inadequado em relação ao juízo” durante a audiência. “Não tendo sido adotadas providências naquele momento em face do encerramento da instrução processual e porque se concluiu erroneamente que se tratou de um incidente isolado, provocado pela tensão do momento. Entretanto, após a notícia de novo crime praticado dias após aquela audiência, entendo que a ousadia do réu não tem limites, o que exige sua retirada do convívio em sociedade até que os fatos narrados sejam apurados”, anotou a juíza.

“A segregação cautelar do acusado (Nuno Cobra) é medida de urgência”, completou. “Presentes os requisitos da segregação cautelar necessária para a garantia da ordem pública, entendo que o acusado não poderá recorrer em liberdade, razão pela qual defiro o pedido do Ministério Público Federal e decreto a prisão preventiva de Nuno Cobra. Expeça-se o respectivo mandado de prisão”, ordenou a juíza.

Nuno Cobra ganhou destaque pelo trabalho realizado como preparador de Ayrton Senna. O tricampeão mundial de Fórmula 1 se notabilizou por ser um dos primeiros competidores do automobilismo a investir no condicionamento físico, com uma rotina intensa de exercícios e corridas, além da preparação mental. Cobra escreveu um livro, A Semente da Vitória, sobre os anos vividos ao lado do ídolo morto em 1994.

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