Santos é campeão paulista pela 22ª vez em sua história

O Santos é campeão paulista pela 22ª vez em sua história. Em uma partida de amplo domínio do Osasco Audax na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, o Peixe saiu de campo vencedor graças a gol isolado de Ricardo Oliveira, aos 44 minutos do primeiro tempo. O Camisa 9 não marcava desde 4 de abril, mas, em um rápido contra-ataque, o centroavante deu uma linda caneta em Bruno Silva e só tocou na saída de Sidão.

A vitória coloca o Peixe com o mesmo número de títulos Estaduais que o Palmeiras, apenas cinco taças atrás do Corinthians. É o quinto título Paulista do alvinegro praiano em oito finais seguidas, sendo o sétimo bicampeonato.

Ao Osasco Audax, fica a lição de que a equipe precisa ser mais efetiva com seu estilo de toque de bola que, neste domingo, deu ao time quase 70% de posse de bola em plena Vila Belmiro, mas não foi suficiente para garantir um título histórico da agremiação que tem apenas 11 anos desde sua fundação.

Agora, o Santos deve mais uma vez usar todos seus reservas na quarta-feira, quando a equipe viaja ao Acre para enfrentar o Algavez, na Arena da Floresta, em Rio Branco, às 19h30, pela segundo fase da Copa do Brasil. No sábado, provavelmente com os titulares de volta, o Peixe visita o Atlético-MG, no estádio Independência, em Belo Horizonte, às 18h30, pela estreia no Campeonato Brasileiro.

Enquanto isso, o Audax, que deve ter sua equipe toda desconfigurada, já que só dois jogadores têm contrato com o time de Osasco após o Paulista e tantos outros já se acertaram com grandes equipes do país, se prepara para a disputar a Série D no Nacional, que tem previsão para começar em junho.

Bola do Audax, gol do Santos 
A Vila Belmiro estava lotada, empolgada e ansiosa para o apito inicial do árbitro. Mas, quem ainda não acreditava que o Audax era capaz de manter o mesmo estilo de jogo independente da circunstância teve sua prova final. A equipe de Fernando Diniz praticamente silenciou a casa alvinegra durante 44 minutos com seu toque de bola envolvente, calmo e com marcação alta.

O primeiro chute a gol do Peixe aconteceu apenas aos 13 minutos, quando Ricardo Oliveira pegou na orelha da bola e sequer levou perigo. Antes, Ytalo, logo no primeiro minuto, e Velika, aos 5, já tinham assustado Vanderlei.

De pé em pé, o Audax esperava o momento certo para concluía gol. Assim, desta forma, Mike e Juninho também causaram calafrios nos santistas com finalizações de fora da área. E para piorar o cenário, Lucas Lima caiu no gramado aos 23 e pediu substituição.

O meia passou toda a semana em tratamento intensivo no CT Rei Pelé por causa de um entorse ligamentar no tornozelo direito, mas não suportou o ritmo da final e Dorival recorreu a Paulinho para dar andamento no jogo.

Mesmo com onze jogadores inteiros novamente, o Santos seguiu sofrendo. O Audax esteve perto de abrir o placar pelo menos mais três vezes, sendo a mais perigosa com Tchê Tchê, que viu seu chute cruzado da esquerda acertar a trave e passar nas costas do goleiro Vanderlei.

Na sequência da jogada, o Santos teve sua melhor chance com Ricardo Oliveira, que recebeu dentro da área e bateu rasteiro. A bola quicou no gramado e Sidão acabou efetuando a defesa com o rosto. O lance, no entanto, parecia isolado diante de tanto domínio do Audax. Mas, os 68% de posse de bola não valem de nada sem que a rede seja balançada.

E como nunca foi um esporte justo, a equipe de Osasco acabou castigada. Aos 44, Vitor Bueno lançou Ricardo Oliveira em um contra-ataque mortal do Peixe. Ricardo Oliveira recebeu no mano a mano, deu uma linda caneta em Bruno Silva e só tocou na saída de Sidão. Um golaço do pastor no último lance na primeira etapa.

Muita pressão para nada 
Fernando Diniz, precisando de pelo menos um gol, resolveu sacar Francis e colocar Rodolfo, deixando a equipe praticamente com três zagueiros e dois alas. O ritmo do jogo, porém, não se alterou, com o Santos correndo atrás do toque de bola de seu adversário. E aos 5 minutos, Vanderlei salvou o Peixe ao abafar Mike, que recebia sozinho de frente para o goleiro.

Aos 10 minutos, Vanderlei teve de trabalhar de novo para evitar gol de Velika em cobrança de falta. No rebote, Ytalo divide com o camisa 1 e a bola saiu apenas para escanteio. Apesar da vantagem no placar, o Santos seguiu sendo dominado e apostando no contra-ataque, enquanto a equipe de vermelho jogava contra o relógio. A posse de bola já era de 70% para os visitantes e o alvinegro praiano chegava a colocar seus onze jogadores atrás da linha de intermediária defensiva.

Aos 32, quando só o goleiro Sidão não estava com os pés no campo defensivo do Peixe, Tchê Tchê recebeu na esquerda e teve espaço para alçar na área. Bruno Paulo apareceu entre David Braz e Gustavo Henrique e cabeceou no travessão. Mais uma vez, Vila Belmiro aflita.

Mas, aos 37, o Santos acabou lesado pela arbitragem. Joel, que entrou no lugar do cansado Ricardo Oliveira, tabelou com Ronaldo Mendes, outro que foi para o jogo, mas na vaga de Vitor Bueno, e estufou as redes de Sidão. Mas, equivocadamente, o auxiliar assinalou impedimento e anulou o gol.

E quando a arbitragem não atrapalhou, foi o próprio jogador do Peixe que perdeu a chance de definir a vitória. Em um dos poucos contra-ataques que deram certo para os mandantes, Victor Ferraz entrou na área com liberdade e só rolou para Ronaldo Mendes, que sem goleiro isolou por cima do travessão.

Mas, nada podia impedir o quinto título do Peixe nos últimos oito anos, quando a equipe alcançou todas as finais. Após o apito final, a festa deu o tom na Vila Belmiro pelo segundo ano seguido.