Valdivia em números. Vale a pena renovar o contrato?

Palmeiras pode perder o jogador ainda em fevereiro se não renovar

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Palmeiras pode perder o jogador ainda em fevereiro se não renovar

Valdivia, em sua aparição pública mais recente, no Carnaval em Salvador

Circulou neste fim-de-semana de Carnaval a notícia que o Palmeiras estuda a renovação de contrato de Valdivia, que vence no dia 17 de agosto. Pela legislação, a partir do dia 17 de fevereiro o meia está livre para assinar um pré-contrato com qualquer outra equipe. Assim, o Verdão avalia a possibilidade de estender o vínculo com seu jogador mais midiático antes que outro clube entre na dividida.

Nos últimos quatro anos e meio, no entanto, Valdivia passou longe de ser o craque decisivo que comandou o Palmeiras na conquista do título Paulista de 2008 em campanha memorável. Frequentemente envolvido em confusões extra-campo – a primeira delas envolveu uma até hoje mal-contada história de comissão de última hora para seu pai por ocasião de sua recontratação – o chileno mesmo assim consegue manter a condição de ídolo para boa parte da torcida: seu talento quando entra em campo é inegável.

Com a bola nos pés, ele justifica com facilidade o apelido de Mago. Encanta a todos com a facilidade com que abre espaços e deixa os companheiros na cara do gol. Sua picardia dentro de campo, que irrita os adversários, diverte a torcida palmeirense, que tende a relevar as ausências causadas por cartões evitáveis. E com o microfone ele também é muito bom: sua capacidade de cativar a simpatia de quem o ouve, principalmente quando está assumindo erros e prometendo melhorar, é comovente. Lembra o Gato de Botas do Shrek.

Neste momento de renovação de contrato, o Palmeiras tem que deixar tudo isso de lado e fazer uma análise fria de seu desempenho. Sua contusão crônica na coxa, que vai e volta com frequência e que nunca falha no Carnaval, já o tirou de muitos jogos: nesta segunda passagem pelo Verdão, foram mais de uma centena – 120, para ser exato.

Sua genialidade se evidencia comparando-se o aproveitamento do time com ele em campo e sem ele: com Valdivia, o Palmeiras conquista 59,4% dos pontos disputados, ao passo que sem ele, o aproveitamento despenca para 50,2%. E a razão parece simples: Valdivia foi o destaque do elenco por quatro anos, e os treinadores sempre montaram o elenco e o esquema de jogo em função dele, ignorando sua baixíssima frequência em campo. Ocorre que Valdivia esteve apto a jogar em apenas 138 das 312 partidas do time (44,2%). Talvez esteja aí a razão para que o time tenha ficado tão acéfalo em suas ausências.

O time de 2015, pela primeira vez em cinco anos, está sendo montado sem contar com Valdivia. Dado que em mais de 55% dos jogos o chileno tende a estar ausente, o time tem que saber se comportar sem ele – e nas sete partidas desta temporada até agora, sem Valdivia, o aproveitamento foi de mais de 70%, com cinco vitórias e duas derrotas.

Diante da proximidade da discussão acerca da extensão de seu vínculo, o que fazer com o chileno, o maior salário do elenco? É claro que o talento de Valdivia é monstruoso e que abrir mão dele, em princípio, seria um desperdício. Com esse time redondinho que parece estar surgindo, ter Valdivia à disposição no banco, para mudar um jogo e furar uma defesa com seus passes mágicos seria uma carta e tanto na manga.

Todo o contexto, entretanto, tem que ser colocado na balança, à fria luz dos números. Alexandre Mattos deve ter todo esse histórico em seus megacomputadores. Para o leitor do ESPN FC, no entanto, cabe uma ajuda. A tabela ao lado é o resumo do resultado de uma extensa e paciente coleta de dados, que pode ser baixada clicando aqui.

O caminho mais provável, neste momento, parece ser uma renovação curta, seguindo o modelo de produtividade, com um fixo bem baixo, próximo ao piso do elenco. Resta saber se o chileno terá outras ofertas convencionais de outros clubes, mesmo com todo esse histórico, o que provavelmente o fará optar por conhecer outro departamento médico e assim manter seu padrão salarial.

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