Fundador do Cene vincula rebaixamento a processo de extinção do clube
Afastado agora do Furacão Amarelo ele evitou culpar o regulamento do Estadual
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Afastado agora do Furacão Amarelo ele evitou culpar o regulamento do Estadual
Um dos regionais com menor público, menor badalação e menor nível técnico do país, o Campeonato Estadual de Mato Grosso do Sul se tornou em 2015 a referência do inusitado. Depois de duas temporadas como campeão do Estado, o Cene, conseguiu ser rebaixado para a segunda divisão depois de um péssimo início de ano, tumultuado por brigas políticas internas e o descompromisso do elenco atual, não muito diferente do que sagrou-se vencedor em 2014. A cena rara é da mesma edição que jogadores do Corumbaense e do Naviraiense precisam voltar dos vestiários do Estádio Arthur Marinho para encerrar uma partida que ainda tinha dois minutos de acréscimo.
“Não tem como reclamar do regulamento ou das condições do futebol sul-matogrossense. A realidade e o regulamento é o mesmo dos anos anteriores que fomos campeões. Houve uma péssima gestão e a falta de zelo com o clube para que culminasse nessa tragédia. Agora é evitar que o Cene seja extinto”, falou Paulo Teles, atual vice-presidente do clube, principal opositor da Diretoria vigente e também ex-treinador, ex-diretor de futebol e principalmente fundador do Furacão Amarelo.
O presidente do clube, José Rodrigues, assume a culpa da ‘tragédia’, que segundo ele aconteceu por uma decisão dele. O gestor conta que o Cene poderia ter sido rebaixado no dia 31 de janeiro ou em 14 de março como aconteceu, a diferença foi apenas no critério escolhido pela Diretoria. Segundo ele, a Estrutura do Furacão Amarelo era a pior em dez anos, financeiramente inviável, apesar da base de atletas não ter mudado muito em relação a 2014, ano de título estadual.
“Não era para ter competido esse ano. Escolhi o Cene entrar no Estadual sem a estrutura dos outros anos, com uma diferença considerável. Eu banquei a participação e se essa participação gerou o rebaixamento a culpa é minha. Havia um galho para segurar que era o Guaicurus, apostando em talentos jovens. Assumimos o risco e mesmo com o planejamento deu tudo errado”, diz.
A traumática campanha do rebaixamento aconteceu em 10 jogos, com apenas uma vitória em cima do Novoperário no dia 07 de março, uma semana antes da queda. Em 2015, o triunfo foi o único, já que o clube também disputou a Copa Verde, onde perdeu duas vezes para o Cuiabá.
Fundado em 2001, o Cene foi seis vezes campeão estadual, nos 14 anos de sua existência, sendo duas vezes também segundo colocado na competição. Pela Copa do Brasil é o clube de Mato Grosso do Sul que foi mais longe: em 2005 foi até as oitavas de final, sendo eliminado pelo Santa Cruz-PE.
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