Eleição quente corintiana tem sujeira, ídolos e protestos

O Corinthians decide quem será o novo presidente da equipe a partir deste domingo

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O Corinthians decide quem será o novo presidente da equipe a partir deste domingo

O sábado é quente no Parque São Jorge, zona leste de São Paulo, e não só na temperatura ambiente. Em uma das eleições mais acirradas de sua história, o Corinthians decide quem será o novo presidente da equipe a partir deste domingo: Roberto de Andrade, situacionista, enfrenta Antônio Roque Citadini, da oposição. As redondezas do clube alvinegro respiram – e sofrem com – o pleito.

Desde a entrada do clube próximo à Marginal Tietê já é possível observar os efeitos da eleição. Santinhos espalhados pela rua e banners de candidatos, em atos bastante semelhantes aos de eleições nacionais, impregnam o ambiente. A boca de urna, no entanto, rola solta na eleição alvinegra: apoiadores não só desfilam com camisetas dos candidatos, como também distribuem apetrechos – bexigas para crianças, adesivos, leques – e gritam em nome de seu candidato. Até discussões foram presenciadas pela reportagem.

Dentro do clube, a situação não é diferente. Do caminho da entrada principal até a entrada do miniginásio onde estão situadas as urnas, os sócios são acompanhados por uma enxurrada de militantes – sejam modelos contratadas ou simplesmente aderidos às chapas – que tentam convencê-los.

Ídolo alvinegro é colocado na porta da zona eleitoral

Entre os artifícios utilizados pelos candidatos para convencer eleitores indecisos, um se destaca: o ex-lateral Wladimir, ídolo corintiano da década de 80, está parado na porta do movimentado miniginásio. O lateral é utilizado pela oposição, liderada por Antônio Roque Citadini, para angariar votos.

“Tira uma selfie com ele aqui e vota”, gritam os militantes na porta do ginásio. Wladimir carregava no peito adesivos da campanha da oposição. A estratégia é de dar inveja aos marqueteiros de campanha presidenciais. Após entrar no clube, os torcedores eram recepcionados por Citadini, com um sorriso no rosto como um verdadeiro político. Andrés Sanchez, nome da situação, também faz campanha dentro do ginásio.

Até os ídolos, no entanto, estão indecisos sobre quem apoiar na eleição.  Ronaldo Giovanelli, ex-goleiro, votou ao seu estilo vestindo a camiseta da chapa liderada por Roberto de Andrade.

Enquanto dentro do clube o clima é quente, mas festivo, fora dele a Gaviões da Fiel, principal organizada corintiana, realiza um protesto com bandeiras. Os torcedores chegaram pouco após o horário de almoço e pararam exatamente em frente à entrada principal, com bandeiras, faixas, baterias e grito de ordem.

Em um carro de som, foi pedido para os torcedores saírem da frente do clube, pois atrapalhavam o movimento de pedestres e principalmente de carros, mas a solicitação não foi respeitada. A principal cobrança da torcida é sobre ingressos.

“Ão ão ão, Corinthians é povão”. “Favela, favela, favela, Corinthians é favela”. “Abaixa o ingresso, e diga não ao futebol moderno”. Até conselheiros foram ameaçados: “conselheiro, preste atenção: pagar ingresso é sua obrigação”.

O protesto é observado de perto por quatro policiais militares, que conversaram com os líderes da torcida. “Se o clube deixou entrar onde estão, não podemos fazer nada. O combinado é eles ficarem ali e não invadirem o clube. Não podem também atrapalhar o trânsito. Vamos monitorar daqui”, afirmou ao Terra o Sargento Ferraz.

A eleição do Corinthians terminará às 17h (de Brasília). O vencedor será anunciado cerca de meia hora depois, após contagem de votos.

 

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