Após tragédia de Wilson, FIA fará testes com cockpits fechados

Federação irá testar novo conceito de cockpits para o futuro 

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Federação irá testar novo conceito de cockpits para o futuro 

om as mortes de Justin Wilson e Jules Bianchi em decorrência de fortes lesões cerebrais, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) irá voltar a testar projetos de cockpits fechados para carros monopostos.

Wilson não resistiu a ferimentos ao ser atingido na cabeça por detritos de outro carro nas 500 Milhas de Pocono pela IndyCar, realizadas no último domingo. Por sua vez, Bianchi ficou em coma por cerca de nove meses após um forte acidente no GP do Japão de Fórmula 1, sofrendo sérios danos em razão da desacelaração de sua Marussia que se chocou em um trator parado na pista japonesa de Suzuka. 

O acidente de Wilson reacendeu o debate sobre a introdução de cockpits fechados em categorias top após trabalho iniciado em 2009 em decorrência das batidas envolvendo Felipe Massa e Henry Surtees.

Ainda pela Ferrari, Massa sofreu lesões na cabeça depois de ser atingido por uma mola que se soltou do carro da Brawn GP de Rubens Barrichello no GP da Hungria. Uma semana depois, Henry Surtees foi morto em aos 19 anos na Inglaterra após ser atingido por uma roda solta. O britânico era filho do campeão da Fórmula 1 em 1964, John Surtees.

Cockpit coberto

A FIA realizou vários testes ao longo dos anos para avaliar os prós e os contras da introdução de cockpits fechados. A entidade tem encontrado obstáculos ao longo do caminho.

Os testes iniciais da proteção estilo avião caça tiveram dois problemas. Ou a cobertura de policarbonato se quebrava, ou simplesmente jogaria os detritos para o ar e, potencialmente, representaria um perigo para os espectadores.

Mas a maior preocupação para a FIA foi a provável dificuldade que os pilotos teriam saindo do carro em caso de um acidente, ou atrasos no atendimento médico na tentativa de remover uma tampa danificada.

A desvantagem desses cenários foi considerada maior do que o benefício oferecido. Citando um exemplo, quando o carro de Fernando Alonso acabou em cima do carro de Kimi Raikkonen no GP da Áustria deste ano, o finlandês poderia ter levado minutos para sair sozinho da Ferrari.

Na F1, as equipes também ofereceram resistência à tentativa de introduzir a proteção, porque cockpits abertos sempre foram vistos como uma parte intrínseca das corridas.

Novo conceito de lâmina

As preocupações com a desvantagem do conceito avião caça levaram a FIA a procurar formas diferentes de construir uma estrutura ao redor do cockpit, que ainda permitisse a extração do piloto.

A última ideia é para que os carros sejam equipados com uma série de diferentes lâminas verticais na frente do cockpit, o que irá desviar detritos, mas também não impedirá a saída do piloto do carro.

Coincidentemente, os chefes da F1 discutiram o assunto com a FIA na semana passada, antes do acidente de Wilson e aprovaram testes para o próximo mês.

Há também uma ideia apresentada pela Mercedes de outro conceito, no qual a proteção seria colocada em volta do cockpit.

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