A pedida por um centroavante reserva vinha desde a época de Mano Menezes

O elegeu um novo presidente neste sábado: Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol da equipe. O novo mandatário deu entrevista logo depois da vitória, até certo ponto apertada (57% a 43% sobre a chapa de Antônio Roque Citadini) e já teve que falar sobre assuntos delicados, como a complicada renovação do peruano Paolo Guerrero, que pede valores astronômicos para continuar no clube após julho.

“A questão do Guerrero, esse contrato não foi renovado, não porque (empresários) não gostavam do Gobbi. Foi porque o valor, o Corinthians não poderia pagar. Não vai fazer mais barato, porque eu conheço o empresário dele. Vamos conversar depois do Carnaval, garanto a todos os torcedores que o Corinthians vai fazer de tudo para que o Guerrero fique”, disse Roberto de Andrade em sua primeira entrevista no cargo máximo corintiano.

Coincidentemente ou não, enquanto a renovação está emperrada, o Corinthians aproveitou para fechar com Vagner Love, que estava na China. A pedida por um centroavante reserva vinha desde a época de Mano Menezes, e a escolha por um nome de peso pode fazer pressão sobre Guerrero. O novo mandatário, entretanto, despistou sobre o valor que oferecerá ao peruano.

“Essa informação, de qual o valor que vamos ofertar pelo Guerrero, não vou falar nem para ele, muito menos para você”, comentou.

Único nome na mesa que não terá cargo oficial na diretoria corintiana, Andrés Sanchez recebeu atenção especial. O ex-presidente participou ativamente da eleição – inclusive neste sábado ficou em pé durante todo o pleito cativando votos de última hora no miniginásio – e tomou a palavra várias vezes de Roberto de Andrade durante a coletiva.

Eleito deputado federal pelo PT na última eleição, Sanchez é bastante ativo no Corinthians, mas sempre nega qualquer envolvimento com o dia a dia do clube. O “eterno presidente”, como foi chamado por Roberto de Andrade, alega que funciona como um conselheiro.

“Eu falo para vocês que eu não participo, vocês não acreditam. Vocês escrevem que eu contrato, faço tudo. Eu vou ajudar o Corinthians sempre, mas a administração é deles. Se eu for convocado a dar um palpite, estarei presente. Fora isso, vou tocar minha vida de deputado federal. O estádio tem uma equipe de profissionais, nem eu nem ninguém do clube precisa estar lá. Quando precisarem de mim, estou à disposição”, disse Andrés.

Mário Gobbi finalmente é lembrado pela situação

Durante toda a campanha da chapa “Renovação e Transparência”, poucas vezes o nome de Mário Gobbi, presidente que deixou o cargo neste sábado, foi lembrado. Muito criticado tanto internamente quanto pela torcida, o dirigente foi deixado de lado da campanha, mas finalmente foi citado após o fechamento das urnas. De maneira discreta e apenas nos discursos, é bem verdade.

“Queria agradecer bastante ao presidente Mário Gobbi”, disse Roberto de Andrade. O novo presidente só foi incisivo quando o assunto foi a postura na briga contra o Palmeiras.

“Eu faria exatamente igual o Mário fez. Não mudaria uma vírgula do que ele falou ontem. Acho que todos têm que respeitar o Corinthians em primeiro lugar. O que fizeram foi falta de respeito, não tem nada de segurança. Para ‘nego' brigar na esquina, não precisa de ingresso”, comentou.