Missão pai (1): E agora? A viagem mais incrível e desafiadora da humanidade

Um relato, em três partes, da jornada de um jornalista à paternidade

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Um relato, em três partes, da jornada de um jornalista à paternidade

O jornalismo nos reserva alguns presentes e boas reações, e uma delas é a oportunidade de poder compartilhar experiências marcantes, não exclusivas, mas desafiadoras, encaradas e vividas por muitos, e desejada por outros tantos. Nesse e nos próximos dois finais de semana, vou contar minha experiência da notícia da gravidez até o nascimento da criança mais linda e meiga que meus olhos já viram, minha filha!

Incrível, insano, incompreensível, loucura, maravilhoso, assustador, incomensurável, incondicional, felicidade absoluta, amor…faltam, ou sobram adjetivos para descrever a aventura de ser pai, mas até isso acontecer foi preciso percorrer um longo caminho. Prometo que serei breve para contar as quase 40 horas de trabalho de parto da minha esposa.

A notícia da gravidez veio junto com uma mudança de emprego desafiadora, e a aquisição, além da mudança para nossa primeira casa, tudo isso com pouco mais de dois anos de casamento. Foi tudo muito de repente, levei uns seis meses para assimilar que, finalmente, aos 32 anos, realizaria o sonho da paternidade.

Por uma dádiva dos céus eu tive o privilégio de passar o finalzinho da gestação muito mais presente em casa, tentando ao máximo dar o suporte que minha mulher precisava (reconheci e confesso que nem sempre conseguia, homens são limitados na ‘percepção’ das reais necessidades femininas).

Mas, todavia, contudo, entretanto, minha reação à novidade não foi o que minha esposa, e eu mesmo, esperávamos. Fomos a uma consulta de rotina, um ultrassom para ver um cisto, e saímos de lá ‘grávidos’. Não soube o que fazer! Travei! Calei! Gelei! Chorei! Silenciei, e isto foi o primeiro impacto negativo nesse processo.

A notícia da gravidez veio acompanhada de muita tensão, primeiro para ver se o bebê ‘vingaria’, e por isso foi tão importante o ultrassom para ouvir o coraçãozinho. Foi um alívio. Depois para saber o sexo, foi como um presente saber que dessa vez seria a Manuela. E por fim, o ultrassom da tal ‘translucência nucal’, para saber se o feto teria algumas doenças ou cardiopatias, que deixou o coração dos pais pacificado diante da ‘normalidade’.

A partir daí, isso na 22ª semana, o mote era curtir a gravidez. Deu? Difícil, além da correria do trabalho, a montagem do quarto, o retorno ao Jornal Midiamax, novas responsabilidades em todas as esferas da vida dificultaram essa ‘curtição’, mas tentamos. Ah, sem esquecer a ameaça do Zika, que só passou no finalzinho da gravidez.

Quem está ‘grávido’ aprende a contar o tempo em semanas, e quando a 36ª chega (um mês antes do normal), uma ansiedade monstruosa toma conta do casal. Nossa idas até o consultório da médica (pela primeira e única vez eu tive uma ginecologista) nos acalmavam. As visitas da ‘doula’ também ajudavam a encarar o tempo como um fator ‘necessário’.

Encerro essa primeira parte contando que desde o começo desejávamos um parto ‘normal’ e ‘humanizado’, respeitando o tempo, o corpo da minha esposa, a vontade da minha filha e ‘empoderando’ a mulher na mais hercúlea tarefa que eu já presenciei: o parto.

Por nossas contas, faltando três dias para completar 40 semanas eis que surge a primeira contração. Era uma sexta-feira de 2016, por volta das 14 horas, iniciou-se um dos períodos eivados de mais ansiedade, tesão e tensão, que um homem pode experimentar. A Manu queria sair, mas seu caminho para o ‘mundo da luz’ ainda estava só começando…(continua)

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