Fábrica admite má gestão e diz que pagará funcionários até o fim da semana

​Audiência discute salários atrasados e rescisão de funcionários  

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​Audiência discute salários atrasados e rescisão de funcionários

 

Os mais de 320 funcionários da fábrica de roupas Universo Íntimo, do pólo industrial de Campo Grande, continuam sem receber o salário do mês de outubro, cesta básica, entre outros benefícios. Uma audiência começou às 17h30 hoje (20) no MPT (Ministério Público do Trabalho), na qual a fábrica propõe pagar os salários em atraso até sexta-feira (23). Eles alegam que o atraso foi devido “má administração”. 

De acordo com o líder da Comissão de Salários Atrasados, José Carlos Echeverria, “a empresa não pagou o salário do mês, não entrega cesta básica há 3 meses, não faz mais adiantamento salarial, que é de 40%, além de não depositar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)”.

José Carlos comentou que é a primeira vez que a empresa atrasa os salários, mas que fazem 4 anos e meio que não depositam o Fundo de Garantia. “Eles alegam que vão pagar, deram o prazo de sexta-feira passada e até agora nada. Entramos ontem (19) com uma ação judicial, e hoje já conseguimos a audiência”, afirmou.

O procurador do Trabalho, Cícero Rufino Pereira, explicou que a audiência agendada hoje foi devido a agenda da Comissão dos funcionários demitidos da mesma empresa, que já tinham reunião marcada. “Nós encaixamos os dois temas nessa reunião porque são semelhantes, são ações contra a mesma empresa”.

Já foram realizadas três audiências com a Comissão dos demitidos. Na última realizada, no início do mês, a empresa disse que pagaria os funcionários demitidos, mas em cerca de 10 parcelas, com valores referentes ao salário que eles recebiam. Roseli Moretti era encarregada de costura da empresa. Segundo ela, “a empresa falou que ia nos pagar em 16 parcelas. Como assim? Não existe isso. Nós precisamos do dinheiro. Estamos desde o começo de setembro sem receber”, disse a líder da Comissão dos funcionários demitidos.

A fábrica demitiu nos dias 8 e 9 de setembro 85 funcionários. De acordo com o procurador, eles alegaram uma má administração. “Eles comentaram com a gente que vão melhorar, que foi uma administração ruim”.

O advogado da empresa, Otávio Figueiró, comentou que até sexta-feira (23) os salários dos funcionários serão pagos. “Ainda vamos decidir sobre o FGTS, mas os salários já estarão nas contas dos trabalhadores ainda esta semana. Em nenhum momento dissemos que não íamos pagar, o que aconteceu foi uma má administração, mas que já está sendo reestruturada. Estamos mudando a diretoria e colocando tudo em dia”, declarou.

Quanto a rescisão dos funcionários demitidos, o advogado disse que “há 27 trabalhadores que são os mais necessitados, estes receberão o mais rápido possível à vista os valores, já os outros vamos parcelar o total da rescisão em valores semelhantes aos salários”.

Estiveram presentes na reunião além do advogado, do procurador, a representante da empresa Simone Bruno da Silva e representantes do Sintivestcgms (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Campo Grande – MS). 

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