Fundação Carlos Chagas negou negociação para assumir o processo seletivo, suspenso após irregularidades na elaboração das provas. Contratação poderia ser feita com dispensa de licitação e novas provas em junho.

Candidatos inscritos no concurso público da Sefaz-, suspenso depois que dois dos elaboradores das provas admitiram ter parentes concorrendo às vagas de altos salários, temem que novas matérias sejam adicionadas sem modificações no edital inicial do processo seletivo.

Desde o início o processo gerou suspeitas porque tem vários parentes de funcionários de alto escalão entre os inscritos, e foi inicialmente conduzido por servidores das próprias secretarias estaduais envolvidas na .

Um dos rumores que preocupam os concorrentes é a possibilidade de que o governo de Mato Grosso do Sul contrate uma empresa de São Paulo para realizar o concurso para agentes tributários e fiscais de renda com dispensa de licitação e com novas regras.

Segundo apurou o Midiamax, conversas iniciais apontam para a contratação por dispensa de licitação e até para novas matérias inclusas no concurso, como administração, estatística e inglês. As datas das provas também já estariam marcadas e seriam nos dias 1º e 6 de junho.

O governo do Estado não confirmou as informações. Uma das instituições cogitadas, a Fundação Carlos Chagas, de SP, negou que tenha qualquer tratativa com o poder público estadual para condução do processo seletivo.

A Fundação está realizando os concursos do Tribunal de Contas do Piauí, Tribunal de Justiça do Amapá, Tribunal de Justiça do Ceará, entre outros.

Ex-presidente da OAB

O concurso foi suspenso pelo governador André Puccinelli após o Midiamax noticiar que o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul, que ajudou a elaborar as provas, tem uma prima entre os inscritos. Adelino Meneguzzo, outro elaborador, também tinha um irmão concorrendo a uma vaga de fiscal de renda.

Antes, a promotora de Justiça Paula Volpe havia pedido a suspensão das provas e contratação de uma empresa de fora para realização do concurso porque candidatos apresentaram vários nomes de concorrentes que trabalham na Secretaria de Estado de Fazenda, que iria elaborar e corrigir as provas.

Provas destruídas

O juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos Homogêneos e Individuais de Campo Grande concedeu a liminar suspendendo as provas. Porém, a Procuradoria-Geral de Justiça recorrer e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu a realização das provas, que foram suspensas após o anúncio de parentesco.

Mais de 11 mil cadernos de provas foram destruídos. O concurso quer preencher 20 vagas de fiscais de renda e 40 de agentes tributários estaduais, com salários de R$ 6.661,57 e R$ 10.883,32.