Sabrina Sato estreia no cinema em “O Concurso”
Suas marcas são o riso franco e a ingênua perversidade que lhe permite dizer as maiores impropriedades impunemente – como uma criança travessa que passeasse pelas páginas do “Kama Sutra”, sem saber do que se trata. Sabrina Sato sabe. Ela é muito mais bela ao vivo do que na TV e no cinema – como […]
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Suas marcas são o riso franco e a ingênua perversidade que lhe permite dizer as maiores impropriedades impunemente – como uma criança travessa que passeasse pelas páginas do “Kama Sutra”, sem saber do que se trata. Sabrina Sato sabe. Ela é muito mais bela ao vivo do que na TV e no cinema – como agora em “O Concurso”, que toma de assalto (serão 400 salas) os cinemas do País. Mas não é a Sabrina travessa. Uma mulher armada duplica os perigos do homem. Na comédia de Pedro Vasconcellos, ela faz Martinha.
Atiradora de facas, persegue seu objeto de desejo e o intima a concretizar o sexo frustrado quando eram adolescentes. A frase é grosseira – “Me come ou te mato”. E, para torná-la mais convincente, Sabrina, ou a personagem, enfia a faca no pescoço de Rodrigo Pandolfo. Na vida real, ela jura que jamais fez nem fará isso. “Nunca fui de me declarar para homem algum”, conta. E acrescenta que, contra todas as evidências, é tímida. “Me põe num palco e eu me solto. A dois, ali no cantinho, eu travo.”
Sabrina Sato teve uma passagem pelo “Big Brother Brasil”, mas não precisou da máquina de fazer celebridades que é a Globo para virar objeto de desejo dos machos brasileiros. Bastou-lhe a irreverência do “Pânico” e algumas páginas despidas na “Playboy”. Ela conta que não faltaram convites para fazer cinema antes. Não se sentia segura. Como na vida, protegida pela família, na TV e no cinema ela também precisa da equipe para resguardá-la. Sozinha, não deslancha. “Hebe, Dercy Gonçalves, isso não existe mais.” O carinho do diretor e do ator com quem faz par – Pandolfo é o filho gay de “Minha Mãe É uma Peça” – foram essenciais.
Há uma Sabrina Sato de antes e depois do “Big Brother”. Antes, era riponga e vendia artesanato num cursinho pré-vestibular. Depois, “virei essa perua” e aponta para o próprio corpo, o vestido (Balmain) que brilha mais que noite estrelada, o salto tão alto que ela aumenta uns 20 centímetros. Sabrina sente falta de alguma coisa da fase riponga? “Sim, das minhas sandálias franciscanas.” É moça de família – e uma explosiva mistura de pai libanês com mãe japonesa e avô suíço. A mãe e a irmã a acompanham na entrevista. A irmã, Karina, é advogada, cuida da parte jurídica de Sabrina e está grávida de três meses. “Vou ser a madrinha”, anuncia, feliz, a estrela. O sobrinho vai se chamar Felipe, como o pai e o avô. Felipe III.
Pequenina, já queria ser atriz. “Procura no YouTube ‘Sabrina Sato criança’ e você vai ver imagens minhas gravadas por meu pai quando eu tinha cinco anos. Karina era mais bonita, mas não gostava de aparecer. O pai queria filmá-la, mas eu me metia no meio. Dizia que ia ser atriz de cinema e TV e que a Karina seria minha empresária.” A realidade atual não é muito diferente do que Sabrina sonhava e ela põe a família toda para trabalhar. O irmão caçula é empresário, a irmã, como já foi dito, assessora jurídica.
Como o riso franco, a pinta na testa é outra marca. Sabrina pensou em retirá-la, mas a mãe, supersticiosa, a demoveu da intenção. “Não se mexe em time que está ganhando.” O papel tem muito dela, tanto que Sabrina nem parece estar interpretando, mas chegou a treinar para atirar facas. “Tem de saber, se a gente não atira direito, o cabo bate na parede.” Ela adorou o figurino, “essa coisa de circo”. Neste filme e no seguinte, que faz na O2 – “Aprendiz de Samurai”, o título tem tudo a ver com ela -, os papéis não são de protagonista. “O Concurso” é sobre os quatro finalistas para o concurso de juiz federal. Só um vai ganhar o cargo. Como em “Se Beber Não Case”, os caras caem na noite do Rio, levados por um carioca típico (Danton Mello), e a confusão está formada. À simples menção da comédia com Bradley Cooper, Sabrina reage – “Entrevistei o elenco do terceiro. Está no YouTube.
O CONCURSO
Direção: Pedro Vasconcellos. Gênero: Comédia (Brasil/ 2013, 101 minutos). Classificação: 12 anos.
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