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Economia

Dólar fecha quase estável, a R$ 5,50, em dia de cautela com Fed e Copom

Em junho, o dólar cai 3,82% em relação ao real. No ano, as perdas são de 10,99%
Agência Estado -
Imagem Ilustrativa. (Foto: Getty Images)

Após trocas de sinais e oscilações modestas ao longo da tarde, o dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira, 18, cotado a R$ 5,5009 (variação positiva de 0,07%). Segundo operadores, depois do rali recente do real, investidores adotaram uma postura cautelosa e evitaram apostas mais contundentes em dia marcado por decisão de política monetária aqui e nos Estados Unidos. Em junho, o dólar cai 3,82% em relação ao real. No ano, as perdas são de 10,99%.

As tensões geopolíticas que dominaram as atenções nos últimos dias parecem ter ficado em segundo plano nesta quarta. Não houve reação expressiva do mercado de câmbio à possibilidade de os Estados Unidos se envolverem diretamente na guerra entre Israel e Irã. O presidente norte-americano, Donald Trump, adotou postura ambígua ao dizer que pode ou não atacar instalações do programa nuclear iraniano.

Como esperado, o Federal Reserve (Fed, o dos EUA) manteve inalterada a taxa básica de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, em comunicado que mencionou diminuição das incertezas. Os dirigentes do BC norte-americano reduziram levemente as projeções de crescimento e aumentaram as estimativas de neste e no próximo ano. Entre 19 dirigentes do Fed, oito acreditam que os juros terminarão 2025 entre 3,75% e 4,00%, ou seja, 50 pontos-base abaixo do nível atual – expectativa majoritária do mercado embutida na curva de juros americana.

Lá fora, a reação inicial foi de aprofundamento do recuo das taxas dos Treasuries e do índice DXY — que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes. Por aqui, o dólar praticamente não se mexeu e seguiu alternando entre ligeiros avanços e recuos, ao redor de R$ 5,50

O índice DXY, contudo, ganhou força em meio às declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, o que levou o dólar a se firmar em leve alta na comparação com o real. Powell alertou que o tarifaço de Trump já começa a ser sentido nos preços, efeito que deve se intensificar nos próximos meses. Mais: as incertezas provocadas pelo vaivém da política comercial americana deixam os dirigentes do Fed receosos em promover um corte de juros. “Para reduzir juros, estamos esperando para ver o que acontece com as tarifas”, disse Powell.

“A decisão do Fed foi em linha com o mercado. O discurso de Powell chamou a atenção ao dar destaque aos impactos das tarifas sobre a economia americana, o que deve levar o Fed a adotar uma postura mais cautelosa”, afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, ressaltando que há receio de que o esperado corte de juros nos EUA ainda neste ano não se concretize. “ ver uma pressão de curto prazo na nossa taxa de câmbio se o mercado deixar de ver queda de juros nos EUA Por outro lado, temos ainda uma Selic bastante elevada, o que atrai fluxo de capital especulativo”.

Para o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, com o mercado de trabalho ainda resiliente e as incertezas associadas ao impacto do tarifaço de Trump, o Fed não “tem necessidade de agir de forma apressada para reduzir os juros diante da moderação do ritmo do crescimento econômico” nos EUA.

“Em nosso cenário base, o Fed terá espaço mais limitado para cortes de juros ao longo do ano, em função do potencial impacto inflacionário dessas novas medidas comerciais”, afirma Sung. “Mantemos a projeção de um primeiro corte no final de 2025, uma vez superados os efeitos mais imediatos dos choques tarifários”

Por aqui, de 48 casas ouvidas por Projeções Broadcast, 27 preveem que o Comitê de Política Monetária (Copom) opte por deixar a taxa básica estacionada em 14,75%. Já outras 21 instituições apostam em elevação da Selic em 0,25 ponto porcentual, para 15% ao ano.

Seja qual for a decisão do Copom nesta quarta à noite, analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) destacam que a perspectiva de Selic em nível elevado por período prolongado tende a servir de barreira para eventual alta do dólar no mercado doméstico e pode até levar a uma nova rodada de apreciação do real – uma vez que estimula operações de carry trade e torna muito custoso o carregamento de posições compradas em dólar.

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