Dólar cai pelo 2º dia seguido com atuação do BC, mas avança 0,68% na semana
Em terreno negativo desde a abertura dos negócios
Agência Estado –
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O dólar à vista emendou o segundo pregão consecutivo de baixa nesta sexta-feira, em mais um dia de intervenção pesada do Banco Central no mercado de câmbio, com injeção de US$ 7 bilhões A aprovação das medidas de contenção de gastos do governo no Senado, mesmo com algum grau de desidratação, e a perda de força da moeda americana lá fora também contribuíram para a recuperação do real.
Em terreno negativo desde a abertura dos negócios, o dólar terminou a sessão em baixa de 0,84%, a R$ 6,0721. Trata-se de um alívio considerável em relação ao pico visto no fechamento da última quarta-feira, 18 (R$ 6,2657), fruto da combinação de crise de confiança local com alta global do dólar, após o Federal Reserve sinalizar que há menos espaço para reduzir os juros em 2025.
Mesmo assim, a moeda termina a semana com ganhos de 0,68%, o que leva a valorização acumulada em dezembro a 1,18%, após alta de 3,81% em novembro e de 6,31% em outubro. Como ontem, o real apresentou hoje o melhor desempenho entre pares emergentes, seguido de perto pelo peso mexicano. No ano, a moeda brasileira ainda amarga as piores perdas entre as principais moedas globais
O dólar chegou a operar pontualmente abaixo de R$ 6,05, com mínima a R$ 6,0458, no meio da tarde, em momento marcado por máximas do Ibovespa e aprofundamento das perdas do juros futuros Operadores atribuíram esse movimento conjunto de melhora dos ativos domésticos a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em vídeo de almoço ministerial publicado na rede social X, Lula afirma, ao lado de Galípolo, que ele será o presidente com mais autonomia que o País já teve. “Jamais haverá qualquer interferência no trabalho que você tem no BC”, disse Lula ao futuro presidente e hoje diretor de política monetária da autarquia.
Parte do estresse que tomou conta do mercado local nesta semana foi atribuída a fala de Lula em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, suscitando temores de interferência do governo na gestão da política monetária no mandato de Galípolo, indicado pelo presidente. Na ocasião, Lula disse que não havia explicação para a taxa Selic no nível atual. “A irresponsabilidade é de quem aumenta a taxa de juros todo dia, não é do governo federal. Mas nós vamos cuidar disso também”, disse Lula ao Fantástico.
O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, afirma que a semana termina com um alívio no mercado local. Além da intervenção histórica do BC no mercado de câmbio, ele ressalta declarações firmes de Galípolo ontem, reiterando o foward guidance do Comitê de Política Monetária (Copom) de mais duas altas seguidas de 1 ponto porcentual da taxa Selic, em janeiro e março.
“Essas duas altas são necessárias para pôr a trajetória da inflação a caminho da meta. Isso foi passado de maneira clara”, diz Gala, ressaltando que o Congresso também aprovou o pacote fiscal, embora um “pouco desidratado” em relação à proposta original. “Houve alguma coisa no BPC (Benefício de Prestação Continuada), mas a regra que coloca o crescimento do salário mínimo alinhado ao arcabouço, que é muito importante, passou.”
Após injetar US$ 8 bilhões no mercado cambial ontem – dos quais US$ 5 bilhões em moeda à vista -, o BC voltou a atuar hoje. Foram vendidos US$ 3 bilhões em moeda à vista e mais US$ 4 bilhões em linha com compromisso de recompra.
Somando os dois instrumentos – venda à vista e linhas – o BC colocou US$ 27,7 bilhões no mercado em dezembro – a maior intervenção da história do regime de câmbio flutuante. O recorde anterior era de US$ 23,354 bilhões, em março de 2020, durante a pandemia de covid-19.
Apenas as vendas em leilões à vista, iniciadas em 12 de dezembro, atingiram US$ 16,76 bilhões, o equivalente a 4,62% das reservas internacionais do País. Foi a quarta maior venda proporcional em um único mês, atrás de abril de 1999 (9,66%), março de 1999 (5,62%) e setembro de 2002 (5,20%).
“O BC fez o papel de dar ao mercado a liquidez necessária em um momento de muita demanda por moeda, com remessas enormes de multinacionais. Não tem como objetivo defender nenhuma taxa explicitamente, o câmbio é flutuante. Mas foram intervenções importantes para suprir a liquidez necessário no fim do ano”, afirma Gala, do Master, acrescentando que, além da atuação do BC, os leilões de compra de títulos do Tesouro contribuíram para acalmar o mercado nos últimos dias.
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