Taxas de juros caem com ajuda do câmbio; liquidez é afetada por feriado nos EUA
Os juros futuros terminaram a segunda-feira em leve queda. O mercado começou a semana sem sinal firme e com volume fraquíssimo de contratos negociados como resultado da ausência dos negócios com Treasuries, em função do feriado do Dia de Colombo nos Estados Unidos. Sem esta referência, as taxas estariam à deriva não fosse o câmbio […]
Agência Brasil –
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Os juros futuros terminaram a segunda-feira em leve queda. O mercado começou a semana sem sinal firme e com volume fraquíssimo de contratos negociados como resultado da ausência dos negócios com Treasuries, em função do feriado do Dia de Colombo nos Estados Unidos. Sem esta referência, as taxas estariam à deriva não fosse o câmbio por aqui dar algum norte, com a queda do dólar mantendo o viés de baixa para a curva na maior parte do dia. A expectativa pela agenda da semana também ajuda a explicar certa hesitação na montagem de posições, com os agentes aguardando principalmente os dados de inflação aqui e no exterior.
Para se ter ideia, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025, atualmente o mais “líquido”, negociou 192,3 mil contratos, ante média diária de 498 mil nos últimos 30 dias. Fechou com taxa de 11,50%, de 11,56% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2024 encerrou na mínima, em 12,71%, de 12,76% na sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 11,35% para 11,33%.
Na medida em que o exterior renovou nesta segunda o mau humor, a relativa estabilidade dos DIs ao longo do dia, descontada a falta de volume, não pode ser considerada ruim, ainda que o câmbio tenha “andado mais” que os juros. “Já tivemos um movimento na semana passada de resposta à eleição e hoje o mercado esteve mais de lado, mas há questões para além da inflação que os mercados têm de começar a colocar no radar”, afirmou o operador da renda fixa da Nova Futura Investimentos André Alírio, na medida em que um aumento brutal nos juros acende uma luz amarela ao sistema financeiro.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que um aperto monetário muito agressivo poderia desencadear a materialização dos temores de recessão “em grande escala” no mundo.
Apesar do alerta, dirigentes do Federal Reserve, em uníssono, seguem com o discurso de que vão buscar a meta de inflação de 2% via elevação de juros. “Levará tempo para que o efeito cumulativo de uma política monetária mais restritiva funcione em toda a economia e reduza a inflação. Queremos ter certeza de que as expectativas de inflação estão bem ancoradas”, destacou a vice-presidente Lael Brainard.
Ao mesmo tempo, se mostram confiantes num pouso suave da economia americana. O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, ressaltou a necessidade por manter os juros em patamar “suficientemente restritivo” por algum tempo para observar como a economia responde. As falas hawkish antecedem a divulgação do índice de inflação ao consumidor na quinta-feira.
A semana é de inflação também no Brasil, com destaque para o IPCA de setembro, na terça. A mediana das estimativas é de deflação de 0,32%. Em agosto, houve deflação de 0,66%. Na abertura do indicador, administrados e preços de serviços devem ter aceleração.
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