Juros: Pressão de alta perde força e taxas terminam de lado, com liquidez fraca

Os juros futuros passaram o dia em alta, mas o movimento perdeu fôlego na última hora de negócios e as taxas acabaram fechando de lado. Com o noticiário local relativamente esvaziado, o exterior serviu de referência, com as curvas abrindo e moedas emergentes sob pressão. Mas a liquidez continuou bastante abaixo do padrão, com parte […]

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(Agência Brasil)

Os juros futuros passaram o dia em alta, mas o movimento perdeu fôlego na última hora de negócios e as taxas acabaram fechando de lado. Com o noticiário local relativamente esvaziado, o exterior serviu de referência, com as curvas abrindo e moedas emergentes sob pressão. Mas a liquidez continuou bastante abaixo do padrão, com parte dos players já em folga de fim de ano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,545%%, de 13,571% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 passou de 12,95% para 12,92% e a do DI para janeiro de 2027 de 12,91% para 12,92%. No fim da tarde, a pressão sobre as taxas perdeu força, aparentemente sem um gatilho específico. Depois do encerramento da sessão, a assessoria do futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad informou que ele pediu ao atual governo que a desoneração dos combustíveis, que termina este mês, não seja estendida.

Sob a ressalva de que o baixo volume de contratos negociados compromete uma avaliação mais confiável do desempenho dos ativos, profissionais da área de renda fixa viram a trajetória de avanço que prevaleceu nas taxas nesta terça-feira em boa medida atrelada ao mercado internacional. “Tivemos poucas notícias, mas lá fora os Treasuries voltaram do feriado com juros em alta, o que ajuda a puxar para cima as taxas por aqui. O externo é que está preponderando, mas tem um pouco do contexto local também”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, referindo-se às preocupações com o cenário fiscal e monitoramento dos nomes que restam para compor o ministério do governo Lula.

Conforme apurou o Broadcast Político, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite para assumir o Planejamento, o que em tese seria bem recebido. Um nome fora do PT e de viés liberal agrada ao mercado. Mas a reação acabou sendo neutra, pois a pasta não terá o controle nem do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que deve ficar com a Casa Civil, nem dos bancos públicos, que serão alocados na Fazenda. “A influência será limitada”, diz Rostagno, acrescentando que o PT tem ficado com os postos-chave em termos de apelo político e social. “Isso traz preocupação sobre a qualidade da política econômica.”

No exterior, onde a liquidez também esteve comprometida, os retornos dos Treasuries avançaram com apostas de extensão da política monetária restritiva pelo Federal Reserve. A taxa da T-Note de dez anos no fim da tarde renovava máximas na casa de 3,86%. As nevascas que assolam várias partes dos Estados Unidos ainda não causam revisões pessimistas para o desempenho da economia no quarto trimestre. Já sobre o afrouxamento da política de covid-zero na China, o mercado tem feito uma leitura de curto prazo, olhando para expectativa da retomada do consumo viabilizada pelas medidas de reabertura. Por ora, o risco de milhares de mortes ao longo de 2023, que podem ter impacto econômico negativo, tem sido relativizado.

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