Campos Neto deu as declarações em evento promovido pelo grupo Esfera Brasil, que reúne empresários e empreendedores. Ele disse que o aumento da inflação no mundo não decorre de problemas de oferta, mas de deslocamento de demanda após a retomada econômica em vários países após as fases mais agudas da pandemia de covid-19.

“Quando olhamos os gargalos, não dá para dizer que é [escassez de] oferta com a produção crescendo tanto. Quem acreditava que era um problema de oferta está revendo”, afirmou. “Houve deslocamento não só na demanda por bens, mas também por . A produção de bens gasta seis vezes mais energia”, acrescentou.

Juros

Para o presidente do BC, o Brasil está na frente no processo de aperto monetário em relação à maioria dos países, que estão com juros ainda abaixo do nível neutro (que não segura a inflação). “O Brasil saiu na frente na alta de juros. Vamos usar todas as nossas ferramentas para trazer a inflação para a meta”, assegurou.

Em referência à proposta de emenda à Constituição para desonerar os tributos federais sobre os combustíveis, o presidente do BC disse que medidas que diminuem os preços no curto prazo são insuficientes para segurar a inflação e podem resultar em aumentos futuros de juros. “Deixamos bem claro que medidas fiscais de curto prazo não têm efeito estrutural sobre a inflação. Essas medidas não geram otimização no ciclo de política monetária”, advertiu.