Campo Grande registra aumento de 14% na cesta básica e fica em 4° lugar com maior inflação

Só em janeiro de 2022, alta foi de 2,92%

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Alimento com maior alta em janeiro na Capital foi o arroz agulhinha.
Alimento com maior alta em janeiro na Capital foi o arroz agulhinha.

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou, nesta segunda-feira (7), a pesquisa mensal sobre o valor da cesta básica do Brasil. Campo Grande se classificou em 4° lugar no ranking de Capital com maior reajuste nos últimos 12 meses, com aumento de 14,08%.

Conforme a comparação, só no mês de janeiro deste ano o aumento foi de 2,92% nos alimentos básicos que compõem a cesta básica. De janeiro de 2021 a janeiro de 2022, as maiores altas foram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande. Enquanto as menores variações acumuladas em Florianópolis (6,79%) e Belo Horizonte (6,85%).

O óleo de soja foi o ‘vilão’ com maior preço em 15 capitais, o reajuste foi de 3,31% na Capital. A alta nos valores pode ter sido causada pelo clima na produção de soja, em que precisa atender à demanda. No varejo, os preços seguiram em trajetória de alta.

Já o pacote de feijão recuou em 12 cidades. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as retrações oscilaram entre -8,44%, na capital mineira, e -0,29%, em Aracaju. As altas ocorreram em Campo Grande (2,68%), Goiânia (2,61%), João Pessoa (1,37%), Brasília (1,13%) e Fortaleza (1,09%).

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(Foto: Reprodução/DIEESE)

O arroz agulhinha foi o alimento com queda mais expressiva de preço em Campo Grande, com redução de 1,60%, sendo o quilo do grão comercializado a R$ 4,30. Outro alimento com queda foi o leite de caixinha, -0,20%, que fechou com preço médio de R$ 4,57 o litro. Com preço médio de R$ 3,74 o quilo, a batata (16,15%) reverteu a expressiva queda observada em dezembro, e foi o item com maior variação de preço no primeiro mês do ano.

Também registraram alta de preços o tomate (8,23%), o café em pó (5,55%), a banana (4,44%), o óleo de soja (3,31%), a manteiga (3,02%), o pão francês (2,76%), o feijão carioquinha (2,68%), o açúcar (2,27%), a farinha de trigo (2,14%) e a carne bovina (1,04%).

Já o preço do feijão-preto diminuiu em todas as cidades onde é pesquisado, nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro. As variações entre -3,94%, em Porto Alegre, e -1,29%, em Curitiba. Apesar da redução de área plantada, a menor demanda interna e a colheita da primeira safra no Paraná influenciaram a queda de preços do grão no varejo.

A pesquisa também relaciona quanto tempo um trabalhador precisa estar em atividade para poder adquirir os produtos da cesta básica. Em janeiro deste ano, o tempo médio para cada morador é de 112 horas e 20 minutos. Já na Capital, a jornada de trabalho necessária para se adquirir uma cesta básica em janeiro foi de 119 horas e 49 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo. Em 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual foi de 58,91%, em dezembro, e de 54,93%, em janeiro.

Na Capital, a cesta custa em média R$ 660,11, considerando uma família com dois adultos e duas crianças, por mês o consumo seria de R$ 1.980,33, já com a somatória da variação de 2,92%, registrada em janeiro. O percentual do salário mínimo líquido gasto para compra dos produtos da cesta para uma pessoa adulta é de 58,88%.

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