Anúncio de vagas para vendedores sofreu queda de 64% em MS durante novembro

Especialistas afirmam que área está em constante alteração de qualificação e serviço

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
black comerciante
Vitrine do Centro de Campo Grande (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

‘Contrata-se vendedor’: é comum no fim de ano ver anúncios do tipo colados no Centro de Campo Grande. Só em novembro deste ano, foram 491 vagas anunciadas pela Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), enquanto no mesmo período do ano passado, o mês encerrou com 809, a redução é de 64%.

Conforme o balanço, em setembro de 2021, o comércio anunciou 684 oportunidades para a categoria, enquanto neste ano foram 602. O cenário se estabilizou em outubro, com 593 cargos ofertados no ano passado e 597 neste ano, conforme a consulta de dados do dia 24 de novembro.

Não há como ter parâmetro de quais serviços ou tipo de venda deixou de contratar, ou aumentou o número de contratações nos últimos três meses. Segundo a fundação, cada função oferecida varia e considera as exigências da empresa, por exemplo, há vagas que estão anunciadas há meses e que não foram preenchidas, ou por falta de qualificação, ou pelo candidato preferir outro tipo de cargo.

Mercado adaptável

Sandra Quadros, trainner de Recursos Humanos, reforça que a categoria passa por diversos desafios, pois são adaptáveis para desenvolver um bom atendimento na área de serviço ou segmento, mesmo com a variedade de setores de atuação e o produto oferecido.

“O mercado sente dificuldade nessas contratações devido à falta de investir em novos talentos. O RH tem que trabalhar nesse sentido, e a diretoria precisa estar de acordo, encontrar esses talentos, investir em qualificação/treinamentos. Um dos problemas é que as empresas não trabalham com planejamento, demoram a criar estratégias e estão sempre com pressa, muitas vezes de forma desordenada”, pontua.

Para a especialista, um dos principais motivos do fenômeno conhecido como turnover ou rotatividade está ligado ao profissional que circula na área ou uma gestão que desconsidera fortalecer uma equipe, motivar ou evitar desligamentos, além de outros fatores da rotina, como comunicação ruim, ausência de clareza nas informações e falsas promessas.

“O RH precisa estar qualificado para a função, muitas vezes contratam estagiários, mão de obra mais barata, e determinam responsabilidades sem um devido acompanhamento. A diretoria precisa estar engajada. Resumindo, tudo isso ficaria melhor se a boa comunicação estivesse com os processos. Mas como citei acima, as empresas não trabalham com planejamentos/estratégias básicas. Com criatividade nem precisariam de altos investimentos”.

A arte de vender

Há 30 anos atuando como mentor empresarial, Eduardo Karmouche afirma que a maioria das empresas não se preocupa com o treinamento de vendas das equipes, mas apenas com a formação técnica da venda de um determinado produto e como o serviço funciona.

“Não ensinam a vender algo a mais, ou como fazer o cliente um vendedor, aquele que vai retornar e indicar a empresa, referenciar. As empresas têm uma carência em determinados pontos, a reclamação de mau atendimento lidera. Nos meus treinamentos há a transformação do vendedor para o consultor de vendas, aquele que entende o problema do cliente e resolve, oferece a melhor solução, o cliente sai satisfeito”.

Dentre as táticas da imersão intensiva de vendas, o especialista descreve que o treinamento pode ser feito individualmente e em equipe, transformando a prospecção até o fechamento da venda. São mais de 60 estratégias que ajudam a desenvolver novas habilidades na rotina de trabalho. “O mercado de trabalho mudou e está mudando”, finaliza.

Conteúdos relacionados

Bolsa Família
salário