Perfil do locatário muda e impõe mais rotatividade em salões comerciais de Campo Grande
Para lidar com a crise, empresas têm optado por salões menores e mais baratos
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Com encerramento de mais de 28 mil CNPJs entre março de 2020 e 2021 em Campo Grande, conforme levantamento do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), imóveis ociosos em áreas comerciais, principalmente no Centro da Capital, já fazem parte do cenário da cidade devido à pandemia do coronavírus. Especialistas do setor imobiliário e econômico ouvidos pelo Jornal Midiamax avaliam a situação imposta em todo o país há mais de 1 ano.
Com mais de 30 anos no mercado imobiliário, o corretor Geraldo Paiva, de 59 anos, interpreta o momento financeiro como uma adequação do empresário, alugando salão comercial ou residência. A máxima do momento no setor é a rotatividade nos imóveis.
“As pessoas estão se adequando as condições: Indo para um lugar menor, no final das contas com menos gastos. Ela sai de um aluguel de R$ 30 mil e se adequa ao de R$ 20 mil em uma localização melhor, mas com um tamanho menor. O custo operacional pode até aumentar, mas ela compensa nas vendas”, explicou Geraldo
Outro fenômeno citado por ele é a grande onda de renegociação no valor do aluguel, em sua maioria. O corretor detalha que o reajuste nos imóveis comerciais estão sendo negociados com os contratantes.
O profissional afirma que existe uma dificuldade em fechar contratos em pontos considerados ruins. Mesmo com a crise, analisa o corretor, os pontos comerciais bem localizados sempre têm procura. “Dificuldade em alugar pontos ruins, no centro ou bairro, se for bom, continua alugando normalmente. Pontos menos interessante estão passando mais dificuldade para alugar”, explicou.
Mesmo com fechamentos, o corretor reforça que o perfil do cliente está mudando devido à crise. “Teve gente que fechou, mas a grande maioria está se readequando, comercial e residencial, é um problema econômico”, finalizou.
Conselho de Corretores
Sem olhar para números, o presidente do CRECI-MS (Conselho dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Eli Rodrigues, também notou a mudança de perfil em quem pretende alugar um salão comercial.
“Mesmo sem levar em consideração os números, é que ao mesmo tempo que algumas empresas fecharam as portas, outras abriram também, ou mudaram a característica: ampliaram os estabelecimentos ou reduziram, então o perfil da locação mudou. O que vemos muito neste segmento é a rotatividade”, explicou Eli Rodrigues.
Comparativo da Serasa
Em uma análise feita pela Serasa Experian, em março de 2020, mês de início da pandemia, foram registradas apenas 2 falências requeridas. Em março de 2021, o indicador marcou: Recuperação Judicial Requerida 2; Recuperação Judicial Deferida 2; Recuperação Judicial Concedida 5. Logo, mais empresas solicitaram ajuda para não fechar as portas em março de 2021.
ANÁLISE MENSAL | |||
mar/20 | fev/21 | mar/21 | |
FAL. REQ. | 2 | 0 | 0 |
FAL. DEC. | 0 | 1 | 0 |
REC. JUD. REQ. | 0 | 1 | 2 |
REC. JUD. DEF. | 0 | 0 | 2 |
REC. JUD. CON. | 0 | 2 | 5 |
REC. EXTRAJUD. REQ. | 0 | 0 | 0 |
REC. EXTRAJUD. HOM. | 0 | 0 | 0 |
LEGENDA: | |||||
FAL. REQ. | Falências Requeridas | ||||
FAL. DEC. | Falências Decretadas | ||||
REC. JUD. REQ. | Recuperação Judicial Requerida | ||||
REC. JUD. DEF. | Recuperação Judicial Deferida | ||||
REC. JUD. CON. | Recuperação Judicial Concedida | ||||
REC. EXTRAJUD. REQ. | Recuperação Extrajudicial Requerida | ||||
REC. EXTRAJUD. HOM. | Recuperação Extrajudicial Homologada | ||||
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