Já sabe o destino do 13°? Ideal é garantir reserva para contas de início de ano, diz especialista

Moradores terão tributos para pagar e reserva de dinheiro ajuda a evitar endividamento

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O período de fim e ano se aproxima e para os trabalhadores algo é mais que certo: o pagamento do 13° salário. Seja em uma ou duas parcelas, o dinheiro extra na conta é uma felicidade para os moradores. Mas qual o destino do dinheiro? O ideal, segundo especialista, é garantir reserva para pagar contas de início de ano e evitar dívidas. Além disso, aproveitar o congelamento do IPTU em Campo Grande e pagar à vista.

Para a economista Andreia Saragoça, todos os contribuintes sabem dos tributos e ter uma reserva para garantir o pagamento desses impostos, de preferência, à vista, é a melhor opção aos moradores, pois, se um tributo é de R$ 1 mil, o contribuinte garante um desconto de R$ 200 no pagamento. 

“Para muitas pessoas que não se planejam, o 13° salário é visto como um dinheiro para gastar com qualquer coisa, mas quem tem um planejamento, sabe que guardar esse dinheiro é ideal para garantir os descontos dos tributos que chegam, como 20% de desconto à vista no pagamento do IPTU, o IPVA, compra de materiais escolares”, disse Saragoça.

Se planejar financeiramente não é uma tarefa fácil para os brasileiros. Segundo a economista, pesquisas recentes apontam que o brasileiro bateu recorde em endividamento e a inadimplência é decorrente da falta do orçamento em casa.

“Se as pessoas conseguissem colocar no papel as contas, lado a lado, mensalmente, colocar as receitas e as despesas, elas conseguiriam ter uma orientação financeira. Consequentemente, elas teriam a visão de que é necessário guardar dinheiro, mas o planejamento financeiro não faz parte da vida dos brasileiros, não temos essa cultura”, pontuou a economista.

Ainda não há previsão de quando os boletos dos tributos como IPTU e IPVA começarão a ser distribuídos. 

IPTU congelado

O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), anunciou, na manhã desta terça-feira (9), que o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) não terá reajuste em 2022. Decreto determinando alta de 10,05% chegou a ser publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) na semana passada.

Conforme a publicação, o município havia adotado apenas a correção pela inflação oficial no período medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que ficou em 10,05%. A postura adotada pela administração estava na mesma linha do previsto para outras capitais do país, que era seguir o IPCA (Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo).

Porém, diante do cenário de crise econômica instalada no país e disparada de preços que pressiona o custo de vida do campo-grandense, Marquinhos disse que vários fatores foram levados em conta. “Não houve aumento no salário dos servidores e o salário mínimo subiu apenas 5%. Então, não seria justo aplicação de 10% no IPTU e taxa de lixo. São R$ 50 milhões que a prefeitura vai deixar de arrecadar com o congelamento, mas como temos um terço da população inadimplente, a arrecadação este ano vai ser ainda maior”, comentou, avaliando que uma insatisfação econômica poderia causar a manutenção ou o aumento do número de cidadãos em débito com a prefeitura.

Quanto à legalidade da proposta, o prefeito garantiu que a medida foi analisada pelo jurídico municipal. “Estamos embasados na Constituição Federal e em decisões já tomadas pelo STF”, disse, afirmando que haverá compensação na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) “para que não fique um tributo com sistema achatado”, pontuou.

Na segunda-feira (8), a CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande) emitiu nota se posicionando contra o reajuste do IPTU 2022, reforçando que “a população ainda está sob o impacto econômico e social causados pela pandemia do Covid-19”.

Regras

O cálculo do IPTU leva em conta os seguintes fatores: manual de avaliação, manual de cadastro técnico, tabela de valores unitários por metro quadrado de edificação e planta de valores genéricos.

Dessa forma, o município faz o cálculo do imposto com base no valor venal do imóvel, através de verificação da situação dos imóveis perante o cadastro técnico imobiliário do município e a tabela de valores unitários por metro quadrado, que permanece o mesmo do praticado neste ano.

Então, uma nova tabela deve ser publicada em Diário Oficial.

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