O entregador Rai de Jesus Andrade, de 22 anos, garantiu combustível para um dia e meio de trabalho gastando R$ 4, nesta quinta-feira, 30. Ele aproveitou uma ação da Associação Brasileira dos Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres (AbriLivre) e abasteceu sua moto com 10 litros, a R$ 0,40 o litro, em um posto na Bela Vista, região central de São Paulo.

No Estado, o preço médio do combustível é de R$ 5,775, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas, em algumas regiões do País, o valor ultrapassa R$ 7.

“Geralmente, coloco de 5 a 6 litros de , o que dá por volta de R$ 35 por dia. A quantidade de hoje vai render um dia e meio de trabalho de combustível”, afirma o entregador.

Ele reclama que, por causa do aumento do preço do combustível este ano, teve de abrir mão de outras compras. “A gente tem que trabalhar mais para compensar. Está tudo caro. Não deixamos de comer, mas perdemos o lazer. Agora, a gente trabalha para comer e pagar as contas.”

Com a ação desta quinta, a AbriLivre quis chamar a atenção para a fatia que fica com os revendedores no preço da gasolina na bomba.

De acordo com o diretor executivo da associação, Rodrigo Zingales, R$ 0,40 é o valor médio da receita bruta de um posto de combustíveis por litro de gasolina. “A margem do posto é baixa. A diferença do valor que ele vende para o que paga à distribuidora é muito pequena. Nós queremos mostrar isso ao consumidor. Com essa margem, o proprietário tem que pagar funcionários, impostos, taxas ambientais, limpeza, e custos operacionais”, afirma. “A gente acredita que o combustível alto prejudica o País como um todo, causando frete maior, preço de alimento mais caro, gerando inflação e até desemprego. É um efeito vicioso”, diz.

O preço da gasolina é composto pelas fatias da Petrobras; da Cide e PIS/Pasep e Cofins, que são tributos federais, do biodiesel; do ICMS, imposto estadual; e da distribuição e revenda.