Dólar tem maior baixa desde setembro de 2019
O mercado de câmbio teve um dia de ajustes e realização de ganhos após a disparada do dólar, que subiu em 13 das últimas 15 sessões. A moeda norte-americana fechou em queda de 1,63%, a maior desde 4 de setembro de 2019, aos R$ 4,6472. O real acompanhou o comportamento de outras moedas de emergentes, […]
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O mercado de câmbio teve um dia de ajustes e realização de ganhos após a disparada do dólar, que subiu em 13 das últimas 15 sessões. A moeda norte-americana fechou em queda de 1,63%, a maior desde 4 de setembro de 2019, aos R$ 4,6472. O real acompanhou o comportamento de outras moedas de emergentes, que ganharam valor perante a divisa dos Estados Unidos. No exterior, os investidores se animaram com a perspectiva de adoção de estímulos fiscais pela Casa Branca em conjunto com o Congresso, além da sinalização de Pequim de que o pior do surto de coronavírus no país já passou.
O novo leilão de US$ 2 bilhões de dólares no mercado à vista pelo Banco Central também contribuiu para a queda do dólar, de acordo com operadores.
Somente na segunda e nesta terça, o BC colocou US$ 5,5 bilhões em dinheiro novo no mercado de câmbio. Mas a visão é que a calmaria desta terça-feira não deve perdurar, na medida em que persistem as incertezas sobre os efeitos do coronavírus e da guerra nos preços do petróleo. O Bank of America Merrill Lynch cortou novamente a previsão de crescimento da economia mundial este ano, para 2,2%, e alertou nesta terça que os riscos continuam sendo de piora.
O sócio da gestora Portofino Investimentos, Adriano Cantreva, avalia que a queda desta terça do dólar aqui não sinaliza tendência, pois os próximos movimentos dependem do que vai acontecer com os juros brasileiros e dos efeitos do coronavírus. A economia brasileira deve ser afetada pelo surto, mas a maior incógnita neste momento é o que vai acontecer nos EUA, enquanto a China retoma as atividades e a Europa está parada. Em ano eleitoral, Trump não vai querer que a atividade fique enfraquecida, ressalta o gestor.
Para Cantreva, o BC tem atuado de maneira a evitar muita volatilidade no câmbio e não dá mostras de querer determinar algum preço para o dólar.
Neste sentido, tem buscado evitar valorizar artificialmente o real. Já ao cortar juros, reduz muito a atratividade dos investimentos no Brasil aos estrangeiros e estimula o aumento de posições contra o real – comprada em dólar no mercado futuro. “Antigamente apostar contra o real era muito caro.”
“O apetite por risco voltou, mas vai durar”, questiona o diretor de moedas da gestora BK Asset Management, Boris Schlossberg.
O fator essencial para esse movimento continuar vai depender das respostas dos governos, especialmente de Trump e do que decidir o Banco Central Europeu (BCE) esta semana em sua reunião de política monetária. Nesta terça, o dólar subiu forte ante divisas fortes, mas caiu perante emergentes, um indício de que investidores estão buscando ativos de maior risco. Aqui, o Ibovespa subiu 7,1%, na maior alta em mais de uma década.
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