Crise da pandemia faz principal confecção de MS entrar em recuperação judicial
Uma das principais fabricantes de uniformes do país – com unidade em Mundo Novo (MS) e Maringá (PR), a Nayr confecções entrou com pedido de recuperação judicial para renegociar dívidas e evitar entrar em falência. Os motivos alegados pela empresa são decorrentes da crise decorrente da pandemia do novo coronavírus. Há 22 anos no mercado […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Uma das principais fabricantes de uniformes do país – com unidade em Mundo Novo (MS) e Maringá (PR), a Nayr confecções entrou com pedido de recuperação judicial para renegociar dívidas e evitar entrar em falência. Os motivos alegados pela empresa são decorrentes da crise decorrente da pandemia do novo coronavírus.
Há 22 anos no mercado e com um passivo de aproximadamente R$ 60 milhões, a indústria é a segunda maior fornecedora de uniformes para as Forças Armadas, além de fornecer para vários órgãos, inclusive governo de MS e prefeituras.
O pedido foi acatado pela Justiça em dez dias e o plano de recuperação já foi iniciado. Para o advogado responsável pelo processo de recuperação judicial, Antônio Frange Júnior, a resposta rápida é importante no processo. “Esta celeridade tem sido essencial para garantir o pagamento das contas cotidianas das empresas, como salários e insumos básicos”, afirma.
A crise
Ainda antes da pandemia, a empresa teve problemas após a necessidade de captação de empréstimos para honrar com um pedido no valor de R$ 88 milhões em uniformes para o Exército. A princípio, as entregas seriam realizadas em um prazo de dois anos, porém uma alteração exigiu o cumprimento imediato das entregas.
Além disso, com a pandemia do novo coronavírus, os fornecedores chineses de matéria-prima não cumpriram com os prazos de entregas e ainda exigiram uma quantia maior como sinal.
“A suspensão das atividades na China atrasou por mais de 90 dias as entregas das matérias-primas adquiridas pela Nayr. Neste curto espaço de tempo, o dólar aumentou mais de 50% tornando os empréstimos com as instituições demasiadamente elevados e, ainda, inviabilizou o contrato com o Exército”, explica o advogado.
Com a chegada do coronavírus ao Brasil, a crise, até então pontual com um de seus principais clientes, se estendeu para toda a linha de produção com a paralisação das atividades, queda nas vendas e suspensão de contratos. Toda a situação gerou um grande desequilíbrio no fluxo de caixa da empresa.
“A crise acelerou o processo de endividamento ao mesmo tempo que minou as chances de restabelecimento de caixa com o fechamento do comércio e da indústria. É um cenário único e que vai exigir da Justiça um olhar especial para permitir que as empresas voltem às atividades assim que for permitido. Caso contrário, faltará empresas capazes de fornecer produtos e serviços à população”, pontua Frange.
Recorde
A Justiça prevê que em 2020 o número de pedidos e de deferimentos de recuperação judicial seja o maior desde a aprovação da Lei 11.101/2005 – de falências. Algumas consultorias estimam que até cinco mil pedidos sejam formalizados na Justiças, sendo que o maior registro era de 2016, quando 1,8 mil empresas recorreram à Lei de Recuperação e Falência, a LRF como é conhecida.
O que é?
Recuperação judicial é a reorganização econômica, administrativa e financeira de uma empresa, feita com a intermediação da Justiça, para evitar a sua falência.
Em linhas gerais, uma empresa precisa passar por um processo de recuperação quando está endividada e não consegue gerar lucro suficiente para cumprir suas obrigações, como pagar seus credores, fornecedores, funcionários e impostos.
A negociação de um plano de recuperação interessa não apenas ao devedor que deseja evitar a falência, mas também às partes com as quais a empresa está em dívida, já que a recuperação é uma forma de garantir os interesses dos credores e dos empregados, graças à possibilidade de recuperação dos créditos e de manutenção dos empregos.
Notícias mais lidas agora
- ‘Discoteca a céu aberto’: Bar no Jardim dos Estados vira transtorno para vizinhos
- Carreta atropela mulher em bicicleta elétrica na Rua da Divisão
- Papai Noel dos Correios: a três dias para o fim da campanha, 3 mil cartinhas ainda aguardam adoção
- VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
Últimas Notícias
Semadur admite que constatou irregularidades em bar que virou pesadelo para moradores no Jardim dos Estados
Há quatro meses, vizinhança lida com som alto, impedimento de trânsito de pedestres e falta de privacidade em seus estacionamentos
Sem focinheira, Pitbull escapa de coleira e mata Lhasa apso após ataque na Praça do Papa
Tutora do Pit bull indicou clínica veterinária e desapareceu após ataque
Banco Central do Brasil planeja moeda digital para 2024
O Banco Central do Brasil está se preparando para lançar uma moeda digital em 2024, uma inovação que promete transformar o sistema financeiro do país. Este
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.