Coronavírus muda dinâmica e venda de carros usados agora é focada na internet
Aquela cena de dar um rolê por garagistas de Campo Grande num sábado de manhã se tornou algo do passado. A menor circulação de clientes fez com que a maior parte das negociações de veículos usados ocorra pela internet, por meio dos sites especializados. Somente então, com os veículos em vista, é que clientes se […]
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Aquela cena de dar um rolê por garagistas de Campo Grande num sábado de manhã se tornou algo do passado. A menor circulação de clientes fez com que a maior parte das negociações de veículos usados ocorra pela internet, por meio dos sites especializados. Somente então, com os veículos em vista, é que clientes se dirigem à revenda para conferir de perto e concluir a negociação.
Diante dessa nova realidade, vendedores apostam cada vez mais no incremento de anúncios virtuais. Lembra quando os classificados de jornais eram o melhor anúncio para a venda de um veículo? Então, sites como Webmotors, Shopcar e até mesmo o OLX se tornaram as plataformas para os anúncios. É lá onde os clientes, agora, se concentram. O que era tendência, com a pandemia do coronavírus tornou-se realidade.
O vendedor Geraldo Gonçalves, que trabalha em uma revenda na Avenida das Bandeiras, estava com máscara e com álcool em gel à disposição, tanto para ele como para clientes. Mas, quase não é preciso usar o antisséptico, já que cerca de 80% da procura presencial diminuiu.
“Minhas vendas agora são 100% pela internet. Já era bem alta, antes, coisa de 90%. Mas, agora, só vejo o cliente quando ele vem conferir o veículo que já escolheu e para formalizar a venda”, relata.
Gonçalves, que vendia cerca de três veículos por semana, também viu as vendas caírem. Na última semana, apenas uma negociação foi concretizadas – em parte, segundo ele, porque bancos e cartórios estavam fechados e também porque as pessoas estavam com receio de assumir compras.
“Tudo mudou. Às vezes a gente fazia uma venda até para uma pessoa curiosa. Quem tinha carro queria trocar e quem não tinha queria comprar. Mas essa situação deixa claro que não é uma necessidade básica”, conta.
Com isso, o mercado de venda de usados abre brechas para maiores negociações entre os vendedores e clientes. Em uma das revendas visitadas, por exemplo, um veículo de R$ 40 mil pode ter desde entrada parcelada na promissória – a depender do cliente – a descontos que podem chegar a R$ 2 mil. Em outra revenda, o cliente ganha o tanque cheio e pode negociar o desconto. Bancos também tem colocado a primeiro cobrança só para dali a 60 dias da assinatura do financiamento.
Gerente em outra revenda, que fica na Manoel da Costa Lima, Ana Lúcia mantém funcionários com máscaras e com álcool gel por perto. Mas os clientes presenciais também são raros por lá, eles só aparecem para fechar o negócio, que também é iniciado pela internet.
“Eles vêm comprar já sabendo o que querem, depois de ver na internet, de tirar dúvidas. Mas a venda caiu. Eu vendia de 15 a 18 carros por mês, fazia três financiamentos por semana. Desde o dia 6, quando retornamos presencialmente, vendi só dois veículos”, conta.
Segundo Lúcia, “quem não é visto não é lembrado” e, por isso, ela intensificou o uso das redes sociais e também dos sites de revenda.
Outro vendedor de veículos, Valdeir Pereira, de 37 anos, também reforçou a inserção dos anúncios nos sites, de onde partem mais de 70% dos negócios concretizados. Com a queda das vendas – ele vendia de três a cinco veículos por semana, e até esta manhã não concluiu nenhuma negociação – o jeito é apostar na internet.
“Sabemos que não vai ser fácil, mas estou procurando anunciar mais nos sites de vendas”, conclui.
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