Com pandemia, quase metade dos empresários de MS mexeu nas equipes ou demitiu
Com quedas consideráveis nos seus negócios –que, em média, foram de 85%– por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), quase metade dos empresários sul-mato-grossenses já fizeram, pelo menos até o fim de abril, alterações no seu quadro de funcionários e colaboradores. As demissões foram adotadas em 38% dos casos. A medida foi resultado da […]
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Com quedas consideráveis nos seus negócios –que, em média, foram de 85%– por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), quase metade dos empresários sul-mato-grossenses já fizeram, pelo menos até o fim de abril, alterações no seu quadro de funcionários e colaboradores.
As demissões foram adotadas em 38% dos casos. A medida foi resultado da retração no faturamento que, em alguns casos, superou os 50%.
Pesquisa da Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul) com empresários do comércio e serviços e consumidores, realizada ao longo de abril, apontou que 56% dos empregadores não providenciaram alterações no quadro de colaboradores até o momento. Na região Centro-Norte, que inclui Campo Grande, esse percentual chega a 59%.
Já em relação às medidas adotadas para evitar demissões, 71% dos empresários relataram terem aplicado alterações nos canais de venda e divulgação, o que inclui diferentes aplicativos de alimentação e entregas ou mesmo o WhatsApp e redes sociais para contatar os clientes.
A alteração na carga horária dos colaboradores, com trabalho em escala ou redução de jornada, foi adotada por 31% dos entrevistados; enquanto 26% admitiram terem suspendido temporariamente alguns contratos de trabalho.
Também foram listadas como medidas adotadas o revezamento de horários (20%), dispensa momentânea de empregados com manutenção dos salários (total ou parcialmente, 17%), adoção do home office (15%) e renegociação salarial (11%). Apenas 1% dos empresários relataram a concessão de férias.
Desligamentos
Entre os 38% dos empresários que já admitiram terem feito dispensas, a média de demissões foi de 2,3 empregos fechados durante a pandemia. O volume de demissões, contudo, varia de acordo com o setor.
No campo de Beleza, por exemplo, 67% dos empresários demitiu de 1 a 2 empregados e 33%, de 3 a 9. Os campos de Nutrição e Saúde, o percentual de demissões até 2 empregados se repetiu, com 17% desligando de 3 a 9 e um igual volume informando admissões de até 3 pessoas.
Entre os hotéis, 88% demitiram até 9 pessoas e 11%, 49, sendo um dos setores que mais causaram desligamentos –em Campo Grande, a rede Íbis suspendeu as operações de suas unidades. Dos empregadores de restaurantes e similares, 22% dispensou até 2 colaboradores e 78% o fez de 3 a 9 colaboradores de uma vez.
Setor apontado como um dos mais prejudicados pela pandemia, o de roupas, sapatos e acessórios também efetuou desligamentos consideráveis: 53% dos empresários dispensaram até 2 funcionários, 29% o fez abrangendo de 3 a 9 empregados; 6%, de 21 a 49; e 12% providenciou acima de 50 dispensas.
O setor supermercadista também teve oscilações, com 46% dos empresários admitindo terem dispensado até 2 funcionários; 23% de 3 a 9 e a mesma porcentagem de 10 a 20. Em uma tímida reação, 8% deles confirmaram terem contratado até 3 colaboradores.
Nos próximos 3 meses, pelo menos 25% dos empresários do Estado admitem que farão demissões, contra 5% que já desenham a possibilidade de efetuar contratações. Mais de 60%, porém, afirmam que não pretendem alterar seus quadros de pessoal –percentual que chega a 71% na região Centro-Norte.
Segundo a economista, Daniela Dias, do IPF (Instituto de Pesquisas da Fecomércio-MS, que realizou o estudo), os efeitos da pandemia no Estado confirmam quedas na movimentação e demissões, mas a maioria dos empresários tenta manter seus quadros. “Todas as vezes que temos pessoas trabalhando temos amenização da insegurança, garantia de renda e, consequentemente, compras”, ponderou.
O que vem por aí
A pesquisa ainda sondou o empresariado para saber se pretendem adquirir crédito a fim de equilibrar as contas das empresas. Para 64% dos entrevistados, esta é uma saída esperada, perante 32% que descartam a medida e 4% que ainda não sabem.
A busca por dinheiro no mercado registra oscilações consideráveis por setor. No de restaurantes e similares, por exemplo, 85% dos empreendedores quer acesso aos recursos, contra 15% que descarta a medida. Já no campo de Nutrição e Saúde, aqueles que admitem e rejeitam a possibilidade estão divididos: 50% a 50%.
A Fecomércio também quis saber as sugestões dos empresários para atenuar a crise. Do total, 56% não soube responder. O crédito apareceu como alternativa para 18%, enquanto 12% defenderam o fim da quarentena e a reabertura dos estabelecimentos. Para 3%, as vendas online e o delivery são uma alternativa, enquanto 1% aposta no chamado “marketing de relacionamento”.
A pesquisa “Impactos do Coronavírus no Comércio de Bens e Serviços de Mato Grosso do Sul”, realizada pelo IPF-MS, ouviu 1.717 consumidores 6 e 27 de abril, com 5% de margem de erro; e 217 empresários de 15 a 22 de abril, 6,5% de margem de erro. O estudo foi feito de forma online para todos os municípios com respostas de 18 municípios das regiões Centro-Norte, Leste, Pantanais e Sudoeste.
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