Coronavírus e desemprego: MS teve quase 7 mil vagas fechadas durante abril
O mês de abril presenciou a dizimação de quase 7 mil empregos em Mato Grosso do Sul, conforme dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia), divulgados nesta quarta-feira (27). Nacionalmente, o saldo negativo é de mais de 860 mil no mês e, somados aos […]
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O mês de abril presenciou a dizimação de quase 7 mil empregos em Mato Grosso do Sul, conforme dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia), divulgados nesta quarta-feira (27). Nacionalmente, o saldo negativo é de mais de 860 mil no mês e, somados aos mais de 200 mil em março, supera 1 milhão de postos de trabalho fechados nos dois meses, resultado atribuído aos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Apesar do resultado negativo de abril, Mato Grosso do Sul ainda segue positivo no saldo de empregos abertos e fechados neste ano: de janeiro a abril, foram 73.661 admissões e 72.927 demissões, ou seja, um saldo positivo de 734 vagas de trabalho –número que, embora baixo, é o segundo melhor do Brasil em 2020, atrás apenas do Acre (1.403) e à frente de Roraima (135), os únicos Estados que seguem no positivo.
Por setores
Apenas um setor agregado registrou salvo positivo na geração de empregos no Estado em abril: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura abriu 250 vagas. Por outro lado, o maior baque veio do comércio e automotivo (como reparação de veículos e motos), com 2.644 postos de trabalho fechados.
Na indústria, foram 960 postos fechados na de transformação e 83 nas demais. A construção civil, por sua vez, encerrou 417 contratos de trabalho.
Nos serviços, a área de transporte, armazenagem e correio demitiu 479 pessoas. Alojamento e alimentação (hotéis e restaurantes), 1.078. Na área de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, foram 847 postos de trabalho fechados. Em em outros serviços, 308. Não houve relatos de dispensas em serviços domésticos em abril.
Já o agrupamento da administração pública, que abrange defesa e seguridade social, com educação, saúde humana e serviços sociais, entre outros, dispensou 426 funcionários.
Ruptura no ano
No geral, a variação em Mato Grosso do Sul em abril foi de 9.497 admissões e 16.489 desligamentos, um saldo negativo de 6.992 postos de trabalho. O total de contratações representa 57% do volume de dispensas.
Abril também representou a ruptura do cenário do emprego no Estado, que iniciou janeiro com estoque de 515.005 postos de trabalho. Naquele mês, houve saldo positivo de 861 empregos gerados, volume que chegou a 5.039 em fevereiro. Em março, quando os primeiros efeitos da pandemia começaram a atingir a economia local, o Estado ainda teve saldo positivo de 78 vagas de trabalho.
Os dados do Novo Caged, que adotam uma metodologia diferenciada no cálculo da abertura e fechamento de empregos na comparação com o anterior (com agrupamento de setores), apresentam o primeiro retrato dos efeitos do coronavírus no Brasil –a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou pandemia em 11 de março, data a partir da qual começaram a ser tomadas as primeiras medidas sanitárias no país, que incluíram distanciamento e isolamento sociais e quarentenas preventivas em diferentes atividades empresariais.
No Brasil
O resultado do coronavírus é sentido globalmente, com projeções de forte recessão. No Brasil, a aposta é de uma retração de 6% no PIB (Produto Interno Bruto). Em março, o país perdeu 240.702 empregos, número que saltou para 860.503 em abril –o maior volume em um único mês ao longo de 29 anos–, quando houve 598.596 contratações e 1.459.099 demissões.
No saldo geral nacional, todos os setores fecharam abril no negativo. Serviços, com 338.875 empregos fechados; comércio (230.209) e indústria de transformação (191.752) foram os líderes em demissões.
No acumulado do ano, porém, a agricultura e similares registra saldo positivo de 10.032 vagas geradas. Os demais, seguem a tendência de queda: foram menos 127 mil empregos na indústria, 280 mil nos serviços, 21 mil na construção e 342 mil no comércio.
Em abril de 2019, o país teve 1.374.628 admissões e 1.245.027 desligamentos, encerrando com saldo positivo de 129.601 postos de trabalho. Na comparação com o mesmo mês deste ano, houve queda de 56,5% nas contratações e aumento de 17,2% nos desligamentos.
As “novidades” existentes com a minirreforma trabalhista também apontaram retrações. O trabalho intermitente (sem jornada fixa) registrou 7.291 admissões e 9.666 dispensas, saldo negativo de 2.375. Apenas 36 trabalhadores dessa modalidade tinham mais de uma admissão, enquanto 1.557 estabelecimentos registraram igual número de contratações.
No trabalho parcial (inferior a 30 horas semanais) houve 4.881 contratações e 14.029 desligamentos, saldo negativo de 9.148; com 21 trabalhadores em mais de uma admissão e 2.111 estabelecimentos com uma contratação na modalidade.
Em todos esses casos, os desligamentos mediante acordo entre funcionário e empregador somaram 11.315.
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